sexta-feira, 8 de setembro de 2023

As cinzas onde dormitam as brasas...

O destino faz com que

Momentos se tornem especiais:

Quando raios de sol se espreguiçam,

Suspirando pela noite.

As nuvens se tornam palhetas para

Misturar as cores e fazer o pôr do sol.

As nuances da escuridão são

A transição entre o mar e o céu.

Nas ondas que murmuram dolentes,

Já não importa o que é o mar e onde

As águas se confundem com o infinito...

 

Realizam sonhos que

Penetram pelos sentidos ao inalar a maresia.

No derradeiro grasnar das gaivotas,

Acompanhamento perfeito,

A música que toca os acordes no seu apogeu,

Mexendo com cada fibra do meu corpo...

 

Na praia,

A fogueira não se importa

Que o seu luzir seja visto ao longe.

De onde o olhar alcança é sinal na escuridão;

De perto,

Recebe para se recolher ao silêncio e

Perder o olhar na imensidão dos devaneios.

 

A pequena e fugidia labareda,

É uma brasa em meio a gravetos e pedaços de madeira,

Precisam ser remexidas,

Atiçadas para não perder o calor.

Por sobre os tições,

As cinzas fazem

O lugar certo para renascer a chama.

 

O quebrar das ondas na areia

Sussurra ao ouvido e

O que se vê é um risco de espuma branca

Marcando o mar, que está ali,

Pertinho, e, aos poucos,

Se mistura ao breu da noite.

 

Apenas uma fogueira na praia...

Já não importa o rumo que se toma,

O certo é que o caminho continua

Deixando pegadas,

Tragadas pelos esquecimentos.

Ficar é enfrentar a noite e seus desafios,

Partir é, por toda a vida, saber que

Ali restou o encantamento,

Quando se descobre a dor de

Se desperdiçar um pôr do sol.

 

As lembranças de quem compartilhou

O derradeiro sopro para manter a chama.

Por toda a vida, remexer saudades

É impedir o esquecimento.

No sussurro das ondas que quebram na praia,

O sonho não desiste

Da felicidade que esteve ao alcance.

Eterniza o instante mágico

Para não perder o sentido do horizonte

Quando restam nas mãos

As cinzas onde dormitam as brasas...

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