Depois do tempo da espera,
Encontrares novamente
Uma rosa branca no jardim,
Me aguarda: esta noite venho te
visitar
Nos teus sonhos...
Serão doces, como são doces as
saudades.
A lua será testemunha dos teus devaneios.
Nas brumas que percorrem as
memórias
Me dissolverás em pétalas,
Para que ainda guardes uma delas
Em meio às folhas de um livro
Onde restarão nossas lembranças.
Multiplicadas pelo vento,
Flutuarão quando
As correntes que percorrem os ares
As depositarem como oferendas nas
margens do rio.
Só então, terei coragem de pedir ao
Eterno
Que permita planar nas asas do
vento,
Acima das nuvens e dos céus...
Nas ausências, as lágrimas
Gotejarão sobre as águas que,
Displicentes, beijam os seixos.
Em uma sombra na encosta,
Quero te encontrar, murmurar
carinhos,
Realizar desejos...
Já não posso seguir em frente.
Prefiro ficar contigo exatamente
aqui,
Onde o rio corre
Envolvendo e acariciando as pedras.
São lugares sagrados em que
Espíritos murmuram preces.
Borboletas no dia
E pirilampos à noite,
São guardiões que celebram a vida.
Na dança da chuva que salpica a
correnteza,
As pétalas se reúnem em redemoinho,
Onde teus olhos vertem palavras
mágicas,
Borbulhando elementos capazes de
Fazer o reencontro onde reencarna a
flor.
Juntam-se as partes,
Agora com a poeira dos passantes,
Os ventos dos desertos...
Pétalas com cheiro e gosto de
caminhos,
Recobertas com as gotículas
Que refrescam e inebriam...
Antecipa-se o que se perdeu
Para se encantar com
O reencontro do sentido de um
sonho.
A dor do parto,
Que rasga o presente, e
Deixa na boca o gosto de que
A vida é pura expectativa!
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