Amparo meu rosto com as mãos
Quando as estrelas cravejam os céus
E quero bater palmas para a lua.
Encantado, espio por entre os
dedos.
Ao redor do fogo,
Deixo que a música me inebrie,
Na magia que somente a noite
compartilha.
Flagro teu olhar que me envolve
E orquestra o ritmo das nossas
vidas.
Não preciso de mais nada:
Estou em harmonia com o Universo.
A fogueira crepitando é motivo
Para que fales sobre mãos, calor e
sombras...
Somente te ouvir já me faz feliz.
São muitas as vezes em que
Brincas com os sentidos,
Provocando para que se batam
palmas,
Se bata no peito,
Tamborile para marcar o compasso da
música imaginária,
Que danças aos acordes da brisa,
Na dolência de um murmúrio que
brinca em meu ouvido.
Quando fecho os olhos,
Minhas lembranças andam de braços
com a imaginação.
De forma etérea, estás comigo, e
Te imito ajeitando a roupa,
Passando os dedos pelos cabelos,
Percorrendo corpos imaginários.
Quedo-me perdendo a noção do tempo,
Mirando e me encantando com tuas
mãos.
Sempre disseste que as mãos
falam.
Que deveria entender o alcance que
elas têm:
Quando estendidas, acolhem.
Ao cumprimentar, aconchegam.
Reforçam o abraço,
Enriquecem os gestos,
Agregam poder àquilo que as
palavras são incapazes de significar...
O encanto do que não é apenas parte
do corpo,
Mas uma extensão da alma:
No ato criador que faz o desenho
Tomar forma na tela ou no papel,
Ao emergir a imagem na madeira ou
na pedra,
Ou, apenas, na areia,
Quando se torna cúmplice do mar,
Na perenidade do que é "eterno
enquanto dure"....
A vocação das mãos é o carinho.
Mesmo quando um dedo se coloca
Sobre os lábios pedindo silêncio,
Está em comunhão com um olhar
Que derrama o desejo de apenas
acolher.
Mãos que se colocam sobre outras
que já não reagem,
Que percorrem uma face desanimada,
Que ajudam a levantar,
Caminhar e retomar a esperança...
Mãos postadas em prece aliam-se a
um Espírito suplicante,
Em busca do rumo,
Dos silêncios e dos risos, que
rondam a felicidade!
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