Perco-me no tempo, quando o sono chega.
Por onde andam as musas e os
“musos”
Que inspiram as minhas noites?
Não há trilhos, não há estradas,
nem existem rumos...
Flutua-se por onde a realidade
Vai sendo transformada pelos sonhos.
Um mundo que foge ao controle das
sensações lógicas.
Emergem lembranças, emoções,
desejos...
A vida que faz parte do dia a dia,
Mas também o que nunca se ousou
experimentar.
Sublimam-se expectativas
E se penetra no espaço em que o
impossível é
Apenas uma fronteira a ser
transpassada.
É bem assim.
Passa pelos sonhos acordado,
Quando se abandona o rumo,
O tempo, a noção do espaço.
Não se sabe responder,
Nem por onde se anda,
A vida e a morte se descontinuam...
O olhar perdido e o suspiro
De quem anda pelas nuvens!
Pelos pesadelos:
As dores contidas,
As lágrimas represadas,
As perdas e os abandonos,
Aquilo que ficou mal resolvido
E se tem o temor de vivenciar
novamente.
Os sonhos esquecidos
Com a sensação de que deveriam ser
lembrados.
O acordar com o gosto de
incompletude,
De que alguém ainda faz falta,
Sem a possibilidade de recuperar a
presença.
Os sonhos não respeitam barreiras.
As conscientes e as inconscientes.
Recolhem das profundidades
O que ficou abafado, reprimido, mal
resolvido.
Despertar tem o gosto de que se
retoma a
Consciência com um arfar no peito,
Uma palavra faltando nos lábios,
A perda no olhar de quem se
envolveu de carinho.
Os sonhos rasgam os sentidos e os
transtornam.
O resultado é que, muitas vezes,
entre eles e a realidade,
Haja um grito que brada pelos olhos
o desejo de viver.
A pior morte é aquela que mata os
sonhos.
O sonho tem a capacidade de
transcender
O próprio corpo, percorrer o que é
etéreo,
Com a sensação de que faz parte de
Um desígnio de Deus, sentindo o
gosto do
Quanto humanizar-se já é um rastro
Do que aproxima o homem do Divino!
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