O que aconteceu no Litoral Norte, Serra Gaúcha, Vales do Sinos, Paranhana, Caí e Região Metropolitana foi previsto pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que emitiu alerta para o que aconteceria na quinta (15) e sexta (16). Confirmaram-se os altos volumes de chuvas e rajadas de ventos causadoras de inundações, deslizamentos de terra, queda de árvores e postes. A situação se agravou pelas interrupções em diversas estradas daquela área.
Embora prevista, não há como calcular a grandeza dos estragos causados. Os governos – através da Defesa Civil, especialmente – mantêm estruturas mínimas de atendimento a estas demandas e rezam... Quando desastres se confirmam, recorrem a instâncias estaduais e federais, além de contar com a solidariedade da própria população. Veja-se o caso da falta de energia elétrica e água, fundamentais, que não possuem esquema sequer para impedir os estragos nos desastres menores, quanto mais os de grande proporção.
Pesquisas mostram que
80% da população acredita estar acontecendo mudanças nos fenômenos naturais,
tendo como resultado chuvas frequentes e desastres ambientais. Sem querer
entrar em discussão política ou de grupos econômicos, demonstra uma preocupação
para a qual fomos alertados e não nos importamos: o aquecimento global é uma
realidade que já cobra o preço pela omissão e desleixo. O planeta Terra já não
é o mesmo e precisa não só que se estanque este processo, como de uma atitude
de cura...
Recentemente,
falava-se muito a respeito da estiagem. Com a quantidade de água que se acumula
em rios, lagoas e reservatórios, parece que o problema está solucionado. Não
está. Estes desastres tem sido localizados e, agora, chamam mais atenção porque
se concentram numa das regiões mais populosas do Estado. No entanto, o Sul e a Fronteira,
por exemplo, tiveram pouca chuva, insuficiente para recompor reservatórios. Veja-se
a situação em que ainda se encontra a vizinha Bagé, com racionamento de água.
Triste a repetição de
um problema que se acompanha há longo tempo: populações ribeirinhas perdem
roupas, móveis, alimentos e a própria casa, em desastres anunciados. Interesses
políticos, econômicos e a falta de lideranças capazes de tomar decisões,
respaldadas por elementos técnicos, impedindo a ocupação das áreas de risco. E,
quando ocupadas, tomar medidas para a remoção. Causam problemas para si e para
a sociedade já que, quase sempre, transformam córregos e rios em lixões e
esgotos a céu aberto.
Pena que não se
aprende a lição que os extremos apresentam. As mudanças na Natureza são uma
realidade que se necessita trabalhar com conhecimento e competência. A
humanidade precisa reconhecer e aceitar que os recursos são finitos e fazer um
rearranjo do que pretende ser sua capacidade infinita de consumo. Num passado
não tão longínquo, a ameaça era: “o que vamos deixar para os nossos netos?” A
realidade de hoje é: “neste Mundo, que já foi de Deus, qual será o próximo
desastre ambiental?”
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