sexta-feira, 1 de julho de 2022

O tempo e a palavra

Falar e escutar são necessidades básicas dos sentidos.

A forma humana de interagir, na busca pelo

equilíbrio entre o dizer e o ouvir.

 

Quem tem a fala como profissão sabe

dos momentos em que anseia pelo silêncio,

O jeito de recarregar energias.

A sensibilidade para não agredir

Ou tornar-se apático quando repetem

Argumentos ou têm dificuldades de se expressar.

 

A palavra, usada rotineiramente,

Pode envelhecer e se acomodar.

É quando há um grito silencioso por socorro.

Tempo de deixar a zona de conforto,

O desafio para encontrar o a mais do que o dito,

Que murmura significados.

 

Na ausência da sensibilidade,

As palavras podem machucar.

Na presença da empatia,

As palavras podem seduzir.

 

Não desista da palavra.

Feche os olhos e baile no seu entorno.

Encorpadas, borbulham por entre os lábios,

Mesmo quando não dizem tudo o que você imaginou.

Mas surpreendem sendo as suas palavras...

 

O tempo é inclemente com as palavras repetidas.

Elas são esquecidas, mal entendidas, desgostadas.

Quando são bonitas podem ser apenas fúteis;

Quando são fortes, podem ferir e deixar marcas;

Quando acolhedoras, tornam-se bálsamo

Que inebria, dando sentido ao eterno recomeço.

 

Há um tempo em que as palavras não são necessárias.

É o tempo de rezar, meditar, refletir.

Quando se tecem os fios invisíveis

Que envolvem a alma, o coração e o cérebro.

Um alinhamento que cria e fortifica convicções.

 

Descubra que não importa o que está passando,

O certo é que não se precisa caminhar sozinho.

É o jeito humano de perceber que o sabor das palavras

Se intensifica na procura pela parceria,

Ao contemplar o tempo que ultrapassa os limites do relógio,

Naquilo que te dá um gosto de Eternidade!

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