A live Partilhando da arquidiocese de Pelotas (quartas, às 20h30m, pelas redes sociais) conversou, semana passada, a respeito da Pastoral da Saúde. Os convidados foram os coordenadores Beno Konrad e Bernardete Lovatel. Fizeram avaliação de como andava antes da pandemia, como se viraram neste período e perspectivas. Nem é preciso dizer que a atividade de cunho social foi das mais prejudicadas, tendo que superar obstáculos como o negacionismo e a falta de uma cultura de cuidados em todos os níveis.
A preocupação, hoje, é mobilizar a estrutura das
paróquias católicas e implementar atividade com três aspectos: da
solidariedade, a comunitária e a político-institucional. No documento que
embasa suas práticas (redes sociais da arquidiocese de Pelotas), diz que são
“interligadas e interdependentes. Pode-se
priorizar uma, sem deixar de lado as outras. Em todas as dimensões será momento
para: acolher, orientar, promover a saúde, educar, libertar, reivindicar,
organizar, assistir, evangelizar.”
Na dimensão da
solidariedade, destaca-se a presença junto a doentes tratados em suas
residências ou nos hospitais, necessitando de cuidados domiciliares e da
comunidade, num atendimento ao ser humano, de forma integral, nas suas
dimensões física, mental, social e espiritual. A segunda é a dimensão
comunitária, pela educação para a saúde, em que se valoriza, também, a
sabedoria e religiosidade popular, promovendo encontros educativos sobre
doenças, mas, também, alimentação, saneamento básico e higiene.
Por fim, a dimensão político-institucional atua junto
aos órgãos e instituições públicas e privadas que prestam atendimento e formam
profissionais na área da saúde. Incentiva a que aconteça uma reflexão bioética,
uma formação ética e se definam políticas que, de fato, beneficiem a população.
Esta atuação se dá pela presença nos conselhos de saúde, em todos os níveis, e
nas conferências da área, tendo como preocupação o Sistema Único de Saúde, que
precisa ser bem utilizado, cobrado e fiscalizado.
É um trabalho de formiguinha... Os grupos paroquiais
que retomam suas atividades estão superando a ideia de uma saúde curativa por
uma saúde preventiva e integral. Vale a pena repetir: a saúde se dá nas
dimensões física, mental, social e espiritual. Quando chega ao ponto de ser somente
lugar onde se descarrega a produção da indústria farmacêutica, existe algo
errado. Quando um paciente chega a um postinho e recebe, apenas, exames e
medicamentos, significa que se errou no processo de conscientização.
Os entrevistados destacam a riqueza da parceria com as
demais pastorais e movimentos sociais. O empobrecimento da população causa
estragos no presente e aponta sequelas para o futuro. A pastoral da criança, em
um texto, diz que “somos o que comemos...” Na verdade, somos o que fazemos com
nosso físico, com os desafios mentais, a capacidade de interação social e a paz
que se precisa alcançar pela espiritualidade. É uma mão estendida, um longo
caminho e uma jornada que não se pode fazer sozinhos...
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