sexta-feira, 22 de julho de 2022

Um rastro de Eternidade

Usa a tua imaginação.

Faz escolhas como quem percorre as estações do ano.

Não tenhas medo do Inverno.

Pensa nele como a oportunidade de

Hibernar sentimentos e ressentimentos.

Um tempo de novas perspectivas, de novos recomeços.

 

Não te deixes seduzir com a fugacidade da Primavera.

Mesmo que ela derrame em tuas mãos o perfume

E nas lembranças o encanto das cores,

Ela sabe ser doce e efêmera...

 

Não pensa no verão como o tempo da dolência,

Mesmo nas noites escaldantes,

há sempre a esperança de

uma brisa que tranquilize o teu espírito.

 

Não teme o outono.

O vento que varre as folhas

É o mesmo que areja teus pensamentos,

Quando as cores são mais aconchegantes

E as árvores se desnudam do que perdeu a essência

Para que o frio as purifique.

 

As estações do ano ressignificam os sonhos.

Somente as entenderás quando não precisares

fugir da realidade para concretizar teus anseios.

No lusco fusco dos sentidos e das paixões

é preciso dobrar-se sobre si mesmo

para, enfim, reencontrar as próprias origens.

 

O tic-tac do relógio é a música que marca

o compasso de todos os Tempos.

O que impede de entender as estações da vida

É o medo de que se precise escolher

entre a mudança e a estagnação...

Não tenhas medo dos teus próprios medos.

Os ciclos da vida acontecem pelo encantamento

Dos horizontes que vão se definindo ao se caminhar.

O tempo que escorre por teus dedos,

marca teu corpo e precisas lhe dar o significado

Que te conscientiza da tua própria identidade.

 

Os sinais da mudança estão para além do significado das palavras.

Saboreia o encanto do que murmuras mesmo

Antes de alcançar a sua compreensão.

E se eles apenas se mantiverem como mistério

Terás o doce encantamento do que é um rastro de Eternidade!

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