Usa a tua imaginação.
Faz escolhas como quem percorre as estações do ano.Não tenhas medo do Inverno.
Pensa nele como a oportunidade de
Hibernar sentimentos e ressentimentos.
Um tempo de novas perspectivas, de novos recomeços.
Não te deixes seduzir com a fugacidade da Primavera.
Mesmo que ela derrame em tuas mãos o perfume
E nas lembranças o encanto das cores,
Ela sabe ser doce e efêmera...
Não pensa no verão como o tempo da dolência,
Mesmo nas noites escaldantes,
há sempre a esperança de
uma brisa que tranquilize o teu espírito.
Não teme o outono.
O vento que varre as folhas
É o mesmo que areja teus pensamentos,
Quando as cores são mais aconchegantes
E as árvores se desnudam do que perdeu a essência
Para que o frio as purifique.
As estações do ano ressignificam os sonhos.
Somente as entenderás quando não precisares
fugir da realidade para concretizar teus anseios.
No lusco fusco dos sentidos e das paixões
é preciso dobrar-se sobre si mesmo
para, enfim, reencontrar as próprias origens.
O tic-tac do relógio é a música que marca
o compasso de todos os Tempos.
O que impede de entender as estações da vida
É o medo de que se precise escolher
entre a mudança e a estagnação...
Não tenhas medo dos teus próprios medos.
Os ciclos da vida acontecem pelo encantamento
Dos horizontes que vão se definindo ao se caminhar.
O tempo que escorre por teus dedos,
marca teu corpo e precisas lhe dar o significado
Que te conscientiza da tua própria identidade.
Os sinais da mudança estão para além do significado das
palavras.
Saboreia o encanto do que murmuras mesmo
Antes de alcançar a sua compreensão.
E se eles apenas se mantiverem como mistério
Terás o doce encantamento do que é um rastro de
Eternidade!
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