Não
te importa com as rugas
Que
o passar do tempo desenhou em teu rosto.
Quando
o outro que te confronta por detrás
Do
vidro apresentar os traços
que
contam detalhes das tuas andanças,
Diz
que representam a tua própria vida.
Quando
lembrares da infância e da juventude
Que
escorreram pelos sulcos que marcam
Tua
boca e, especialmente, teus olhos,
Ali
sim, se encontra o perfeito registro da tua história.
É
em torno dos teus olhos que guardaste
Recordações
e saudades.
E
são eles que interessam.
É
por ali que se começa a morrer.
O
fim se anuncia marcando a janela da alma.
Quem
disse que apenas as crianças
Tem
o olhar da curiosidade e do espanto?
A
vida e o tempo podem te magoar de diversas formas,
mas
não são capazes de acabar com o encantamento...
Quem
disse que apenas as crianças
Têm
a chama curiosa que encandece a vida?
Mesmo
que cada fibra do teu corpo teime
Em
fenecer, há um espírito que reluta em deixar de luzir.
No
olhar que procura outro olhar
Sobrevive
a curiosidade, a simpatia,
A
atenção, alguém que mendiga por amor!
Sim,
somos mendigos do amor por toda a vida.
Não
importa que não nos ofereçam aquilo que desejamos,
Passamos
cada dia tentando saciar o anseio
De
que o outro esteja próximo e nos complete.
Não
tenho medo de cerrar os olhos
Quando
o fim toldar minha visão.
Tenho
medo de olhar para o espelho
E
enfrentar uma sombra ainda mais dolorosa,
Quando,
por sobre meus ombros, não encontrar
Os
rostos que me deram momentos de felicidade...
Nas
dobras do tempo e da saudade
Seus
risos e sorrisos embalaram
O
cansaço que adormece as minhas vistas.
Será
então que se restar um sorriso em meus lábios
Terei
a certeza de que ainda existe
Um
resquício de vida em meu olhar...
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