No início de fevereiro, passamos por duas das maiores festas populares do Brasil: Iemanjá (1º de fevereiro) e Nossa Senhora dos Navegantes (2 de fevereiro). Por um processo de sincretismo religioso, há muita confusão entre as duas e as "santinhas" chegam a ser confundidas pelas pessoas mais simples (e algumas nem tão simples assim).
Recentemente, ouvi uma matéria na televisão que contava a forma como este sincretismo foi se dando no Brasil, quando os negros tinham que "adaptar" seus Orixás aos santos da Igreja Católica para poderem manter sua fé. Um dos elementos que me chamou a atenção foi de que, em muitas igrejas antigas, quando é feita a restauração, é comum encontrar em meio à massa ou aos tijolos imagens destes Orixás.
A população branca sabe que é a grande responsável por um dos períodos mais vergonhsos da nossa História: quando os negros eram arrancados de suas terras, seus costumes, sua cultura e vinham movimentar a economia no Brasil. Nenhum segmento social passou impune por este momento, inclusive as Igrejas que, se não eram cúmplices, faziam muito pouco em oposição.
A cultura negra é milenar e, embora não tenha a tradição de registro escrito, mantém uma fantástica história transmitida oralmente por seus seguidores. Desfazer o sincretismo é problema para muitas décadas, mas o importante é que possamos nos respeitar e que cada um: católico, evangélico, umbandista, espírita, quando fizer a sua opção o faça com plena consciência e que seja um bom católico, um bom evangélico, um bom umbandista ou um bom espírita, sem fazer um buffet de religião.
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