Um dos grandes escritores gaúchos morreu esta semana: Sérgio Jockymann. Tive a honra de ser seu aluno na virada dos anos 70, quando ele era para o jornalismo o que hoje é o Luís Fernando Veríssimo - um ícone, uma referência.
Colunistas de jornais do grupo Caldas Júnior (hoje, Record), além de escritor, poeta, autor dramático (novelas, teatro). Mas tinha um jeito bonachão de quem olha pra ti e diz: fala! E a gente podia falar, até que nos dávamos conta de que ganharíamos mais calando. E então éramos contemplados com um conhecimento lúcido, melodioso, quase que uma aula de jornalismo feito com poesia!
Na Internet, um texto seu é atribuído a Victor Hugo (francês que é uma referência mundial para a literatura). Ora tenham dó, eu fico com o nosso Sérgio Jockymann! Por diversos motivos, entre eles por ser um dos gaúchos que mostrou ao mundo que aqui também pode se escrever e escrever bem.
O primeiro jornal no qual encontrei seu texto foi na Folha da Tarde, que, como diz o nome, saia ao final da tarde no início da década de 70. Ia direto à sua coluna, cheia de bom humor, mas sem deixar de dizer verdades, mesmo que estivéssemos em meio a uma ditadura militar. Na segunda metade desta década, quando fiz Jornalismo, mantinha o Jockymann como referência. Era a minha bengala no mundo das letras. Ainda hoje, acho que, de vez enquando, quando penso que vou cair, existem "bengalas" que amparam meu texto.
Que vá em paz e que no firmamento das letras, haja uma nova estrela: com um sorriso largo, um jeito simples e meio encurvado de quem saiu para caminhar somente pelo prazer de cruzar por ruas da cidade, onde a vida acontece.
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