Que a saúde pública no Brasil passa por sérios problemas, ninguém duvida. Não são de hoje, mas chegaram a uma situação que beira ao desespero: praticamente todas as semanas, os telejornais passam matérias a respeito de hospitais e de pronto-atendimentos onde a população encontra-se em estado de choque diante de problemas físicos para os quais depende de soluções públicas que não são, ao menos, razoáveis.
Uma das soluções passa pela chamada medicina preventiva. Neste sentido, parece-me exemplar duas medidas tomadas pelo governo, mas ainda andando a passos de tartaruga: o programa de internação domiciliar e a distribuição de medicamentos básicos para o tratamento da hipertenção e do colesterol.
Acompanhei um dos casos de internação domiciliar aqui na minha rua e achei exemplar: os cuidados dos diversos profissionais no sentido de dar ao paciente todas as condições para seu tratamento em casa, favorecendo a família e impedindo que uma pessoa já debilitada possa ainda ser contaminada em ambientes hospitalares. Pena, como me disse uma das profissionais, que o número destas internações ainda é pequeno diante dos candidatos que aparecem.
O outro caso, anunciado pela presidente Dilma, é algo tão claro que não se entende como a burocracia levou tanto tempo para tomar uma medida: sendo verdade que a população de baixa renda gasta 12% em medicação, distribuir gratuitamente os remédios que tratam da pressão e do colesterol significa que vai haver uma população mais sadia, com menos índice de internação e também com melhores condições para investir em outras áreas, como a alimentação.
É sintomático que estas áreas sejam anunciadas como prioritárias em todos os níveis - federal, estadual e municipal. Não há como se ter solução em curto prazo, mas algumas medidas já desafogam e dão ao cidadão a impressão de que está sendo respeitado num dos seus direitos mais elementares: a preservação da própria saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário