Sentimos ao faltar alguém que nos proteja.
Quando crianças, a segurança está em
Erguer os olhos e encontrar com os da mãe;
Na maturidade, a descoberta e o
Encontro de uma amizade ou parceria de vida;
Na velhice, a carência das carências,
Ansiar pelas mãos estendidas por quem bebeu
Conosco da mesma fonte do amor...
Como o sonho da borboleta
Que se plenifica de luz enquanto eclode o casulo,
Tentando compreender porque se desvencilhar
Do que é proteção para alçar voo pelos jardins.
Flutuar não é apenas e tão somente um instinto,
Mas a necessidade de alcançar novos horizontes.
O que satisfazia no que foi abrigo,
Se transforma em expectativa,
Num tempo em que mudança e transformação
Giram a roda da vida e aceleram a emoção.
Deixar o aconchego da primeira morada
Não é mergulhar no caos.
Pode ser a harmonia do que ainda não se compreende.
Encantado pela canção que teima em ficar na memória,
No abraço pelo qual se suspira,
No aspirar por novas cores e formas.
A sinfonia dos sentidos que se harmonizam,
Intuindo a própria partitura.
A certeza de que o amor não precisa ser gritado,
Apenas penetrar pelos sentidos e
Concretizar a metamorfose dos sentimentos…