sábado, 14 de junho de 2025

Sabrina, Capricho e companhia

Leituras e lembranças:

Brinquei, quando falei sobre a coleção de livros Winnetou, semana passada, que, hoje, trataria um tema feminino. Pensava abordar a década de 70, um período efervescente para as revistas femininas no Brasil, refletindo e, por vezes, moldando as transformações sociais e o papel da mulher na época. Pode-se destacar títulos como Sabrina, Júlia e Bianca. Coleções de romances sentimentais, popularmente conhecido por “romances de banca”. Geralmente de autores internacionais, com histórias de amor e enredos idealizados, tendo protagonistas bonitos, cenários românticos e finais felizes.

O conteúdo era voltado para o público feminino (mas tinha muito homem que dava uma espiada…), oferecendo uma fuga romântica e explorando temas de amor, paixão e superação, em um contexto que, para a época, buscava conforto e inspiração em relacionamentos mais "clássicos" e menos "escandalosos". A popularização do gênero viu o florescimento de diversas revistas femininas no Brasil, que abordavam temas como moda, beleza, comportamento, culinária, casa e família, e, gradualmente, começaram a incorporar discussões sobre a emancipação feminina e a sexualidade.

Destacaram-se, entre outras, Cláudia, abordando uma gama de assuntos para a mulher moderna de então, desde moda e beleza, até questões sociais e familiares. Capricho, inicialmente com suas fotonovelas (um capítulo a parte), que expandiu seu conteúdo para moda, beleza e temas de interesse do público jovem feminino. Amiga, focada em celebridades, bastidores de televisão e interesse geral para o público feminino. Carinho, para mulheres com mais de 16 anos, abordando relacionamento, sexualidade e o dia a dia feminino, incluindo fotonovelas.

Estas revistas, cada uma com seu enfoque particular, tiveram papel importante na vida das mulheres brasileiras nos anos 70, oferecendo informação, entretenimento e, de certa forma, influenciando ideias sobre o que significava ser mulher naquele período de transformações sociais e culturais. Para os que torcem o nariz para a literatura popular, sinto dizer: muita gente começou a ler por estas revistas, fotonovelas e gibis. 

Num país em que o livro era - e ainda é - caro e não se tem uma cultura da leitura, até ler bula de remédio é um consolo. Pelo esforço de se fugir à mesmice folheando um livro, uma revista, um gibi, a tela de um tablet ou celular, transformando a leitura na viagem em que a imaginação acarinha o coração… (Com pesquia IA Gemini - este e outros textos em manoeljesus.blogspot.com)


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