Sexta com gosto de poesia:
A cama está arrumada, como se,
A qualquer momento, abrirás a porta
E buscarás teu refúgio, sob as cobertas.
A saudade afofa o lugar na cama
Onde te encolhias para dormir.
O ninho em que vivias momentos de euforia
Ou de doloroso silêncio.
Gostava de abrir a porta em silêncio e
Antes de te chamar, contemplar teu sono,
Quando teus sonhos estampavam no rosto
Um sorriso maroto.
Um jeito bobo, que torna ainda mais difícil
Pensar que já não estás presente.
Embalado pelas lembranças,
Ajeito as cobertas e afofo os travesseiros.
Dou-me conta de que
Conviver contigo foi o maior de todos os presentes.
Nos momentos de inquietude, te convidava a
Olhar os céus para te apresentar às estrelas.
Era um tempo de pura magia.
Apontar planetas e constelações
Fazia teus olhos pesarem e adormecer.
Me sentia privilegiado em contemplar
A serenidade da criança que encontrava
Abrigo em meus braços.
Eu era apenas uma testemunha silenciosa,
Pois fazias dos sonhos a viagem pelas
Profundezas do teu próprio Universo.
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