sexta-feira, 23 de maio de 2025

A profundeza do teu Universo

 Sexta com gosto de poesia:


Teu travesseiro continua no mesmo lugar. 

A cama está arrumada, como se, 

A qualquer momento, abrirás a porta 

E buscarás teu refúgio, sob as cobertas. 

A saudade afofa o lugar na cama 

Onde te encolhias para dormir.

O ninho em que vivias momentos de euforia

Ou de doloroso silêncio. 


Gostava de abrir a porta em silêncio e

Antes de te chamar, contemplar teu sono,

Quando teus sonhos estampavam no rosto

Um sorriso maroto. 

Um jeito bobo, que torna ainda mais difícil 

Pensar que já não estás presente. 

Embalado pelas lembranças, 

Ajeito as cobertas e afofo os travesseiros.

Dou-me conta de que 

Conviver contigo foi o maior de todos os presentes. 


Nos momentos de inquietude, te convidava a

Olhar os céus para te apresentar às estrelas.

Era um tempo de pura magia.

Apontar planetas e constelações 

Fazia teus olhos pesarem e adormecer.

Me sentia privilegiado em contemplar

A serenidade da criança que encontrava 

Abrigo em meus braços. 

Eu era apenas uma testemunha silenciosa,

Pois fazias dos sonhos a viagem pelas 

Profundezas do teu próprio Universo. 


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