Recentemente, passei uma semana no hotel do SESC, em Torres, no litoral norte. Queria mudar de ares, por alguns dias, mesmo estando aparelhado para preparar algumas palestras que estão agendadas. Para uma delas, precisava ler a obra “As Cinco Linguagens do Amor”, que baseou, recentemente, minha participação numa Escola de Formação do Movimento Familiar Cristão.
O hotel fica encostadinho no rio Mampituba, exatamente ao lado da ponte pênsil, havendo muitas rotas a serem exploradas, de ambos os lados. Estive naquela praia, pela última vez, há cerca de 20 anos. As mudanças, especialmente depois da pandemia, foram muitas. Como a criação da orla gastronômica, no encontro do rio com o mar. Os pontos turísticos da alta temporada valem para quem procura belezas naturais (a Guarita é sempre deslumbrante) ou o "centrinho" comercial, que já não é tão “inho” (pequeno).
Quando fui, início de abril, foi um tempo de "turismo geriátrico". Trabalhava um pouco no início da manhã e da tarde, depois descia para o chimarrão ou um café, quando sempre aparecia alguém para uma conversa. Assim como ao percorrer o caminho até os dois faróis, encontrando pescadores e turistas, sem esquecer as excursões, em muitos casos da serra gaúcha, não faltando as cantorias italianas...
Fui surpreendido ao cruzar a “fronteira”, para Passo de Torres (SC). Ligados por ponte convencional, mas também uma de pedestres, que os antigos chamavam de "pinguela". Para, no máximo, 10 pessoas onde, mesmo os mais valentes, sentem um friozinho na espinha quando começa a trepidar… Do outro lado, um elemento chamou a atenção: é, ainda, uma vila de pescadores e, enquanto do lado de cá se vê, na maioria, idosos "turistando", do lado de lá são famílias aproveitando a orla para negócios, especialmente peixarias.
Todo tipo de pequeno comércio, ao longo do rio, até a barra. Idosos e jovens pescam, alguns por diversão, outros para vender o produto, e uma gurizada se oferecendo como guia turístico, claro, por alguns pilas. Um passeio diferente. A imersão em uma realidade que preserva a simplicidade dos barcos que saem cedo para pescar e de quem espia por sobre o rio os atrativos urbanos de uma cidade grande. Sem se importar em compartilhar o encanto do que permanece muito próximo do que já foi apenas uma vila de pescadores…
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