E me tornar um peregrino,
Pelo rumo que o destino traçar...
Não quero delimitar o tempo, o
lugar,
As minhas pretensões.
Apenas andar.
Por onde vou passar? Não sei.
Quem vou encontrar? Também não sei.
Vou me sentir feliz? Quem sabe?
Vem comigo. Tem muitas coisas que a
gente só
Compartilha enquanto se está na
estrada.
Podemos espiar pelas portas e
janelas
O aconchego das casas, dos bares,
das igrejas.
Ver gente que toca a vida
E faz festa, trabalha, reza e
morre.
Segue o curso do tempo
Entre uma quermesse, uma procissão
e um funeral.
De uma colina, contemplar o
horizonte,
Enxergar um vulto que, ao se tornar
mais próximo,
Toma forma e vem ao encontro.
Tu me disse que há sempre uma curva
na estrada
E que nela a gente poderia se
reencontrar.
Vou apenas repousar numa encosta,
Mirar ao longe e te esperar,
Agradecendo porque, não demora
muito,
Posso ficar bem pertinho de ti.
Quem sabe, diante de uma capela,
Nos quedemos em contemplação.
Dobrar os joelhos sobre a pedra
fria,
Sentir a paz que as boas vibrações
Passam por cada fibra de nossos
corpos.
Mistério dos mistérios ao ouvir
Os sons que a brisa dedilha
Nas árvores desde toda a
Eternidade...
Ver balões que sobem ao infinito,
Parar onde nosso olhar alcance o
horizonte,
Vê-los imponentes, silenciosos,
Desenhando nos céus a pintura de um
artista,
As imagens se formando ao doce
sabor do vento.
Vou confessar que a caminhada
Fez com que ficássemos mais
próximos.
E que todas as minhas inseguranças
Desabaram quando senti tua mão
sobre a minha.
Todas as minhas angustias
desapareceram
Quando te conheci.
Descobri que há um fio entrelaçando
O destino das pessoas que se amam.
Só assim se pode ser andarilho
Dos lugares ermos das memórias.
E que, no final das contas, já não
há mais pressa.
Dizem que é porque ficamos mais
velhos e experientes.
Nos ensinaram que deveríamos ser
"adultos".
Mas eu sabia: Foi por ti que eu
esperei,
Sentado à beira do caminho.
Ali era o lugar certo para
Encontrar a sinfonia que cura os
corpos
E dá a paz a um espírito
atribulado...
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