Levei um bom tempo para perceber
Que em quase todas as etapas da
minha vida
Sempre houve alguém cuidando de
mim.
Foi o jeito de entender que
maturidade
É a chance de aprender a cuidar de alguém.
É o momento doce em que se percebe
Ser interdependente, a solidão é um
suspiro,
Mas não se quer estar, nem viver
sozinho.
Quando criança,
Se ajuda, de alguma forma, a mãe e o
pai;
Aprende, fazendo junto,
As lições que a vida intui
E coloca no horizonte a perspectiva
Da família, dos amigos, dos amores.
Despertar para o sentido da
cumplicidade
Foi um caminho cheio de surpresas.
Com brincadeiras na infância;
O doce sopro das parcerias
"eternas"
Na adolescência e juventude;
Cuidar de quem ficou próximo
Já na idade adulta.
Quando a velhice soprou os seus
primeiros
Ares e cobrou seu pedágio
Foi que a sombra das ausências
Fizeram sentir o amargo gosto de estar
só.
Já estava cansado para procurar um
ombro amigo.
Andando devagar, desejava não ficar
esquecido,
Mas era necessária a força e o
esforço da atração
Ao qual meus músculos já não
correspondiam...
Meus silêncios eram uma súplica sem
palavras.
Um pedido de que quando não puder
Estender a mão para te atender,
fica certo,
Estenderei o meu olhar,
acarinhando, envolvendo,
Nos teus muitos momentos difíceis.
Então, se for custoso dizer,
Ao menos murmura, que tu ainda
precisas de mim.
Com certeza, um dia vou necessitar
Dos teus braços para me sustentar.
Hoje, necessito do teu abraço
Para não desistir de viver.
Foi o jeito como cuidaste de mim
que deixou
Teu perfume impregnado
Em meu corpo e em meu coração.
Ao perceberes que, em minha
debilidade,
Dormito num momento inesperado
Toma a minha mão,
Acaricia meu cabelo,
Afaga meu rosto,
Me provoca para viver.
E quando me deres o último olhar,
Perdido no limiar do horizonte que
se aproxima,
A fronteira entre a vida e o meu
cantinho da paz,
Haverá uma lágrima regando meu
sorriso,
Já indicando, que finalmente,
encontrei o caminho
Que é o derradeiro percurso até as Estrelas...
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