A posse dos governadores trouxe, no Rio Grande do Sul, uma agradável surpresa: pela primeira vez acontece a reeleição de quem estava no cargo, no caso, o filho da Lica e do Marasco, o pelotense Eduardo Leite. Em qualquer lugar, fato comemorado já que um filho da terra atinge lugar de destaque social e na política partidária. Tendo enfrentado a primeira eleição bem difícil; a seguinte, especialmente no segundo turno, transformou-se numa polarização que o consagrou, hoje, como referência política nacional.
Com a máquina pública sucateada (raras exceções) e a
folha de pagamento em atraso, enfrentou o coronavírus quando, destoando das
políticas nacionais, fez parceria com a ciência e profissionais que trabalharam
incansavelmente para controlar a pandemia. O desgaste foi grande, mas a forma
honesta e corajosa de enfrentar o problema levou-o a fazer opções, sabendo que
os recursos eram poucos e as demandas muitas. A formação humanista que bebeu em
família resultou no trato generoso para com a sociedade.
Em janeiro, iniciou seu segundo mandato, quando
reafirmou compromisso com a educação, no básico: dar condições materiais aos
professores de ensinar e aos alunos de aprender. Ressaltou na sua posse que “tudo tem importância, mas não fará o Estado mais
competitivo se não tivermos gente qualificada para este mundo cada vez mais
complexo.” E deu ênfase à formação de professores (tão reclamada e tão
necessária), ampliando o número de bolsas para aqueles/as que aceitarem se
qualificar.
Embora não se possa dizer que passou a
época das vacas magras e o período em que foi criticado por estar preocupado
com outras demandas (como os salários em dia e a situação do seu partido
político, em nível nacional), garantiu investir na qualificação da merenda
escolar (ele mesmo disse que “criança com fome não aprende”), transporte,
capacitação dos professores, estrutura física, material pedagógico, aumento das
gratificações de diretores e vices e a reestruturação da secretaria da
Educação.
O processo de queda da educação não é
recente, reflexo do que acontece em nível nacional. Num universo de cerca de
800 mil crianças e adolescentes e de um quadro complexo de professores e
servidores, é uma das máquinas que foi colocada de lado e somente se volta a
discutir no período eleitoral. Os políticos sabendo que não existem milagres
para resolver. Desta vez, o importante é que, em início de mandato, se coloca
para a sociedade uma discussão que não pode ser apenas dos gestores públicos.
O sonho é que a escola se torne
referência para, especialmente, moradores da periferia urbana. Eduardo teve boa
escola política, para além da família, como o ex-prefeito Bernardo de Souza. O
desempenho no Estado é fundamental para suas pretensões. É hora de abrir mão
dos ciúmes provincianos e reconhecer e apoiar uma liderança que se solidifica.
Em meio às “raposas” da política, incluindo Getúlio, Brizola, Ulisses e
Tancredo, volta-se a um cenário em que é possível que a Princesa tire os pés da
miséria...
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