O governo federal baixou normas disciplinando o tempo que os planos de saúde particulares podem demorar no atendimento médico: desde uma semana para serviços gerais, duas semanas para especialidades e, de imediato, para emergência e pronto-atendimento.
Perfeito, muito bom. Mas as autoridades são especialistas em darem normas para os outros. E para os próprios, o que vale? Infelizmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) não é exatamente um modelo de atendimento e as queixas se acumulam desde aqueles que procuram um atendimento elementar nos postos de saúde, até chegarem aos pronto-socorro.
Contava um amigo que precisou marcar um tipo de exame e passou por duas dificuldades: na primeira, a qualidade do material era tão ruim que precisou refazer os procedimentos. No segundo, quando seu pai foi chamado para o exame, ele já havia falecido.
Claro que os planos de saúde precisam de regulamentação e, mais, serem fiscalizados. Hoje, em muitos casos, são apenas um "SUS melhorado", havendo caso em que os médicos não aguentam trabalhar assim e buscam o descredenciamento.
Mas, para que não pareça uma ação de deboche, a coerência deveria prevalecer: cobre-se da iniciativa privada, mas também se enquadre o sistema público. A esta altura, melhorar o sistema de saúde, tornando-o um mínimo necessário e satisfatório seria, apenas, dar um pouco de dignidade a um brasileiro já tão desiludido por normas legais do governo.
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