O relógio é inflexível, como o andar cadenciado de um soldado.
Cumpre sua missão com a precisão de quem marca o passo.
Já não faz mais tic-tac, mas um som profundo de virada do tempo.
Posso andar pela casa, posso andar pelas ruas, posso andar pelas estradas.
Na minha volta, o aconchego de quem referencia minhas rotinas.
Sei que vai bater novamente, do mesmo jeito que bateu quando parti.
O relógio não diz adeus, nem dá boas vindas.
Mas segue o ritual da vida, de quem sabe que um dia partirei e, possivelmente,
Ele ainda estará na parede, repetindo para outrem o que marcou minha vida:
A marca dos 15 minutos ... dos 30 minutos ... dos 45 minutos... a hora cheia.
Será como a marcha que se cadencia pela música ou pelas palavras de ordem,
Mas que passa, ficando um som ao longe, falando do presente, mas dizendo
Que o tempo me é indiferente, se consigo mirar a eternidade.
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