Brinco com os sentidos, como o tempo brinca com meu corpo.
Aguço meu olhar, reforço minha imaginação.
Meus dedos desenham mistérios, percorro caminhos desconhecidos.
Sinto o sabor do novo, mas também sinto o vazio de viver este tempo.
Ouço o vento que sussurra, tentando entender o que ele diz.
Aspiro os últimos cheiros da Primavera, mas sinto que o Verão se fará inclemente.
Há um tênue linha entre o que meu corpo sente e o que gostaria de sentir:
É a linha que me separa da eternidade.
Como se, estendendo meus sentidos, também pudesse estar mais perto de Deus.
A provocação que misteriosamente conduz as mãos que tiram a forma
da pedra;
O poeta que reúne palavras, jurando que expressa ideias;
Ou do marinheiro que apenas joga a rede, porque quer a cumplicidade do mar.
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