Embora muitos não acreditem, estou virando um homem do lar. Meu aprendizado de jardinagem, por exemplo, segue firme, e já começo a distinguir o que é um pé de beijinho, uma alamandra, uma hortência e demais pequenos arbustos, que prometem flores logo em seguida.
Nosso terreno é suficientemente grande para comportar além do arvoredo que deixamos, também espaços para as flores que, para se plantar, seguem um ritual: encontrar um lugar adequado, em que se balance a presença do sol e de alguma sombra, a terra apropriada, com um sulco onde a planta encontre menos resistência para expandir suas raízes, cobrir com um pouco de água e, só então, colocar a nova muda.
Até agora, já vi nascerem beijinhos, alamandras e hortências, junto com outras mudas de diversos fornecedores amigos, atendidas todos os dias, inclusive como o de ontem, com chuva, em que aquelas que ficam sob árvores, não receberam nada de água, sendo necessário compensar a Mãe Natureza.
É um prazer redobrado sentir que a vida que plantamos e carinhosamente acompanhamos retribui com a exuberância própria da Primavera. Nestes pequenos prazeres, também vamos deixando uma boa parte do stress acumulado no ano. Para trabalhar com um jardim e uma horta, não adianta querermos seguir o nosso cronômetro e o nosso calendário, é preciso seguir aquilo que dita a própria Natureza. Impossível não sorrir diante da pressa que se esvai e das angústias que tratamos, pois nos dá a medida de tratar com o Mundo e com os homens: Deus não tem pressa, serenamente inspira que pequenos brotos vão tomando seu rumo, as flores fazem a diferença no matizado do verde e o conjunto nos convida a fazer parte da vida.
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