terça-feira, 15 de outubro de 2024

Eleições municipais: entre o discurso e a prática

Não pude votar no primeiro turno das eleições municipais, no dia 6 de outubro. Estava em viagem. Dentro do ônibus, acompanhei as coberturas feitas pela internet. Senti-me estranho. Chegando aos 70 anos, tendo iniciado com 18 a votar, foi a primeira vez que me ausentei das cabines eleitorais. Cumpro este dever no colégio Santo Antônio, em Pelotas, avenida Fernando Osório com Santa Clara. Pensei nos votos dados desde que me “conheço por gente”, as vezes em que me alegrei e as muitas em que me decepcionei.

Nas nominatas, fiquei feliz vendo amigos e conhecidos se candidatando a vereador ou a prefeito. Admiro quem tomou tal decisão. Parabéns. Podem ter certeza, para mim não importa por qual foi o partido que se candidataram. Cumpriram com o seu dever e papel de cidadão, independente da ideologia que defendem. Qual o seu grau de consciência política? Isto eu não sei, o que sei é que, através das muitas eleições, muitas vezes, as decepções vieram com aqueles que, pelo discurso, pareciam ter as propostas certas, mas, na prática…

Mas está bem. Paciência. Como se diz no futebol: é bola ao centro e reiniciar a partida. Para quem foi às urnas, é bom saber, que o eleito deve estar preparado não para ser um despachante de luxo, encarregado de cuidar de necessidades individuais dos eleitores, mas fiscalizar o Poder Executivo, especialmente em relação ao cumprimento das leis e da boa aplicação e administração do dinheiro público. Muitos vereadores se deram conta de que, para fazer isto, precisam encontrar formas de tornar transparentes os seus mandatos.

É isto mesmo que se cobra de quem foi eleito, por ser agora um representante de toda a população do município. Especialmente para canalizar as reivindicações comunitárias, aquelas que representam uma parcela maior das comunidades e dos grupos organizados. Mesmo assim, fico com a impressão de que foi uma eleição morna. Não empolgou, sequer a militância. Motivo pelo qual, defendo a alternância de governos, para que se conheça melhor as possibilidades, às vezes tendo que se optar pelo menos pior.

Peço desculpas por não participar de grupos de WhatsApp, especialmente de candidatos. Não tenho nada contra qualquer um deles. Foi decisão pessoal de não me envolver diretamente. Para o segundo turno, o foco fica mais ajustado, sem a dispersão do primeiro. Então, atente. Pelotas, especialmente, vive uma situação difícil no atendimento básico das necessidades da população. Então, não brinque com o seu voto. Vou dar o meu, para saber quem receberá a chave do cofre do município e vai cuidar de uma cidade que já anda mal das pernas…


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