Que avança à frente.
São quilômetros rodados.
Um lugar de chegada ou, apenas,
O desejo de encontrar um horizonte.
Uma via de asfalto é, quase sempre, retilínea.
Motivo para que me perca em pensamentos,
Deixando voar a imaginação.
Ou é de chão batido, irregular,
Pedindo atenção para cada curva,
Nas árvores que se espreguiçam por sobre a via
Ou juntam a frondosidade no aconchego de
Um túnel verde escurecido e tépido.
Atentar à estrada
Exige a persistência que já não tenho.
Mesmo as nuvens de uma tarde de primavera
Brincam nos céus, desenhando formas,
E me vejo distraído tentando compreendê-las.
Cativam-me pelas
Matizes da alvura e dos diversos tons de cinza,
Em que se alinham e se cruzam,
Anestesiando meus olhos e a minha solidão.
Quando chega a tardinha,
Os carros voltam
Num zumbido e nas luzes que têm
O gosto da dormência.
Abafam outros sons e adormecem os sentidos,
Cortam cidades e as aproximam.
A estrada é o caminho dos sonhos.
Indiferentes ao que pensam e planejam os homens.
Transportam momentos felizes e tristezas.
A estrada te abre horizontes, mesmo
Nos túneis em que se penetra as entranhas da terra.
Ainda, a distância, te indica as montanhas,
Imaginando as trilhas que levam ao topo.
E, chegando lá,
O enigma do que descortinas no horizonte.
Quando se protege os olhos e mira a distância,
O olhar abarca perspectivas e possibilidades.
Quer seja
Ao pé de uma igrejinha no sopé da colina
Ou na faixa de pedestres em frente a uma escola.
Reúne as energias de quem procura por Deus
Ou apenas anseia por se encontrar
Na humanidade de cada um de nós!
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