Um olhar perdido,
Muitas vezes sem nem mesmo saber o motivo,
Sempre tem o seu brilho esmaecido.
Cansado do muito que viu,
Pode estar energizado como um substantivo,
Carregado das possibilidades de um verbo,
Ou conter a doçura de um adjetivo,
Que, mesmo assim, está fenecendo…
O brilho que transparece num olhar
Carrega uma história:
A confiança dos primeiros anos de vida,
As alegrias da infância,
O encantamento da juventude,
A busca pelas certezas na idade adulta,
E a serenidade do tempo que avança...
Muitas vezes,
Quer apenas fechá-los por um instante.
O tempo suficiente para serenar seu espírito,
Reenergizar, para aceitar
Que já não alcança tudo aquilo que desejou.
O momento da vida em que se precisa
Selecionar quem ainda é capaz de
Espantar as cinzas que se acumularam,
Emergindo o brilho que já parecia extinto.
Não nega um olhar a quem parece ter desistido.
É como assoprar a fagulha que cintila
Em meio às lenhas.
No crepitar de um graveto que bruxuleia,
Tomando forma, intensificando-se,
Até perceberes que te envolve,
Demorada, carinhosa, como se fosse um abraço…
O calor que amanhece num olhar
Carrega possibilidades e esperanças.
Perder o brilho é a dor lancinante de
Quem viveu a descrença e
Não sente o gosto e o sentido pela vida.
A aurora que não se importa com
O tempo passando,
Pois, simplesmente,
Precisa dos primeiros raios de Sol
Para deixar as sombras para trás e
Caminhar no rumo da sua própria luz…
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