Com a sensação de que,
Não importa o que aconteça,
Se anseia pela volta.
Quem aguarda
É alcançado pela magia que voa
Pela brisa da saudade.
Depois da partida,
Torna-se um tempo de mirar as lembranças:
Coloquei teus chinelos na soleira
da porta.
Sentei no degrau da varanda,
Espiei o portão enquanto espero.
Dormitei
Encostado ao balanço,
Onde tantas vezes sentamos,
Na certeza de que
O rangido das dobradiças será
A música que anuncia a tua volta...
Talvez, antes de abri-lo,
Olhes o entorno, em busca dos
Ruídos e personagens conhecidos:
O alarido das crianças
Na piscina do vizinho,
O ladrar do cãozinho
Próximo da cerca,
A discussão da moradora da frente
com os filhos.
Ecos de um passado que te diziam:
Chegaste em casa!
Ao retornar,
Restarão silêncios e lembranças:
Da vizinha bisbilhoteira
Que espiava por sobre o muro,
Do vendedor que batia palmas ainda
na calçada,
Do entregador de cartas que já não
vem mais...
Ao afastar a cortina da varanda
Alongo o olhar e enxergo
A esquina por onde te via voltando.
Mãos nos bolsos, mochila nas costas
E o ar de quem queria apenas
sossego.
Caminhavas devagar, sorvendo os
últimos raios
De um sol que teimava em se
esconder
Em meio às árvores da pracinha.
Restam poucas pedras no caminho
Entre o portão e a varanda.
Os verdes e as flores já não
existem mais.
Terás dificuldades em abrir a
porta...
Foi o tempo.
Passou como uma lufada que carrega
Sentimentos e destinos.
No eterno bem-querer das
lembranças,
Aguardo. Sinto tua falta.
Só te peço:
Avisa, quando puderes voltar para
casa!
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