Com marcas na ondulação das águas.
Tempo de espera.
As redes estão postas.
O pescador abre o baú das memórias
do mar,
Que conhece aqueles que tomam seu
Pulsar como bússola norteando
destinos...
As lembranças se enfileiram
No breu da noite, onde se turva
O encontro entre o céu e o oceano.
Mergulhas
E, na volta à superfície,
Há um leque de luz
Em que a Lua dá contornos
Ao silêncio que murmura a melodia das
marés.
As estrelas observam,
Com ciúmes das sereias
Que brincam ao teu redor.
Se ouvires o seu canto,
Não protege os ouvidos.
Deixa-te levar pelo encantamento.
Quando atraem um homem do mar
Sinalizam um farol
Que não ilumina o fim do caminho,
Mas o norte para o aventureiro.
No momento em que não houver sequer
Um ponto de luz no horizonte,
Saberás que ali começa um outro
mundo,
Na imensidão em que ficaram traços
do Infinito.
É o lugar onde,
Quando alguém se despede,
Fica a certeza de que,
Um dia, haverás de reencontrá-la.
Como uma oferenda que se entrega ao
mar.
Ao terminar a terra dos homens,
Inicia o teu lugar do aconchego.
O porto que referencia chegadas e
partidas.
Tão logo teu barco quebre
As primeiras ondas em direção ao desconhecido,
Superam a rebentação e
Te aspergem com as bênçãos das
marés.
Terás as gaivotas por companhia,
Parceiras na busca pelo alimento
Do corpo e sentido da vida.
O olhar absorto ao longe
Chama para
Emergir dos teus sonhos.
Não te importa.
As lágrimas que mareiam teus olhos
Têm o gosto do destino.
A ousadia de quem se perde na
aventura e,
No mar, traça o rascunho da própria
vida!
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