Semana passada, ganhou destaque nos noticiários um possível retorno do coronavírus, agora com uma cepa do vírus conhecida por Éris, com seu primeiro caso identificado no Brasil. A paciente estava com o esquema vacinal completo, a melhor forma de evitar a doença e, quando infectado, suavizar os sintomas. Além do que muitos adotam o hábito saudável de, se estiverem em situação de risco ou contaminados por vírus, inclusive o de uma simples gripe, utilizar a máscara para a própria proteção e de quem os cerca.
Infelizmente,
no Brasil, se teve um movimento antivacina que tem, sim, fortemente, um componente
político, mas também uma longa história por trás. Pesquisador britânico
publicou ainda no final do século passado um estudo em revista científica apontando
uma possível relação entre a vacina tríplice viral e o desenvolvimento do
autismo. Foi o que bastou para que o terrorismo da ignorância, rapidamente, causasse
uma queda alarmante nas vacinações, situação que foi acirrada no Brasil pelo
viés do partidarismo.
O estudo foi desmentido e
classificado de fake, mas o estrago estava feito. O conselho de médicos do
Reino Unido desautorizou e desmentiu diversas vezes, mas é a velha teoria do
travesseiro de penas que se joga da torre da igreja... depois de lançadas ao
vento, não tem mais como recolher todas elas. Imagine, então, se isto acontece
em países desenvolvidos, o que sobra para nós, terceiro-mundistas? O que já foi
um processo de vacinação bem encaminhado na rede pública, literalmente, travou...
Por aqui, as autoridades
da saúde estão de olho em quatro doenças que já foram consideradas extirpadas. Com
fortes indícios de que podem retornar, em especial aos grotões, os lugares com
menor densidade demográfica, regiões distantes dos grandes centros, onde há a
falta do básico para o atendimento de saúde. É o caso do Sarampo, considerado
erradicado em 2016, e que, infelizmente, teve seu quadro alterado a partir de
2018, com a Organização Mundial da Saúde apontando um surto no país.
A Poliomielite recebeu
alerta do Ministério da Saúde em 312 cidades onde houve diagnóstico. A Difteria,
doença bacteriana aguda localizada frequentemente nas amígdalas, laringe e
nariz, ameaça voltar. E, por fim, a Rubéola, transmitida por pessoa portadoras
ao tossir, falar ou, até, respirar. Para se ter uma ideia, em 2018, a meta de imunização era de 95% mas, na maior
parte do Brasil, não chegou a 76%”. A vantagem da vacina tríplice
viral é que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola...
Pessoas que deixam de se vacinar
ficam expostas: perdem
qualidade de saúde, perdem, também, qualidade de vida. Se você, como eu, passou
dos 50 anos sabe o quanto se sofreu com as doenças e suas sequelas. Esta vacina foi
introduzida no Brasil na década de 90, entre crianças entre 0 e 11 anos. É o
motivo pelo qual quem está na casa dos 30 anos não tem ideia do quanto as pessoas
já sofreram com as marcas que deixavam... Infelizmente, nossa memória é curta.
São as lições da dor que já foram esquecidas!
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