Creio que Martin é o seu nome. O menino é atendido pela Associação de Pais e Amigos de Excepcionais de Bagé. Não sei detalhar os equipamentos que são utilizados para que consiga melhorar sua capacidade motora. Mas, em síntese: com muitas dificuldades, em todos os sentidos, o pequeno teve o apoio de técnicos para alcançar alguns movimentos básicos. Porém, chamou a atenção do familiar (a avó, no caso) que informou: consegue se aprumar, já não tem medo de tentar alguma mobilidade, ganhou mais confiança.
O Banco de Alimentos do Estado lançou o selo “empresas heróis”. Isto significa que os produtos que você encontrar no supermercado e tiverem esta marca destinam parcela dos seus lucros para uma instituição tradicional que trabalha com voluntários e abastece com o básico a mesa de muitas famílias pobres. Responsável pelo evento “corrida pela vida”, deixou sua marca quando, na pandemia, precisou aumentar seus esforços para alcançar o mínimo necessário para sobrevivência da fatia mais pobre da população.
Gosto de acompanhar noticiários ao meio-dia. Especialmente quando
trabalham com matérias de cunho humano e motivacionais. Embora, parece, os
telejornais estejam dedicando excesso de tempo ao casos de polícia. Esta
morbidez é justificada por ser o tipo de informação “que a população gosta”.
Confesso que me parece mais o “fácil que está à mão” e não exige grande
pesquisa e produção. Mas discutir estas explicações é como tentar definir quem
vem antes na história do ovo e da galinha. Quase impossível.
Associações que atendem crianças e jovens com algum transtorno ou
deficiência estão permanentemente correndo atrás do prejuízo. Muitos anônimos
(familiares, educadores, técnicos, amigos...) doam a vida por uma causa. Com um
objetivo: oferecer a quem é atendido o direito de ter um lugar na sociedade. “Manter
a cabeça em pé” significa que, de alguma forma, existe um apoio físico ou moral,
que, para além das palavras e discursos, está impregnado do “estamos contigo,
não desiste, a gente vai conseguir!”
Os bancos de alimentos (aqui ainda lembro o Madre Tereza de Calcutá e o
Banco de Alimentos de Pelotas) têm, na luta pela dignidade humana, que inicia
sim, pelo direito básico à alimentação, uma batalha difícil. Fazer parcerias é
uma das formas de injetar os recursos tão necessários, como, no caso, em que
grandes, pequenas e médias empresas dão o seu quinhão por uma causa (confira em
heroisbancodealimentos.com.br). Pessoas que estão exercendo um direito e um
dever: de alguma forma, fazer alguém feliz!
Do menino que ganha “firmeza para ficar em pé” por mãos de voluntários,
aos pobres que recebem cesta básica, atendidos por quem é solidário, está o
ganho de confiança, que não permite desistir da esperança. Parece expressão
batida. Nos dois casos, dispensa explicações, se transforma em gesto, na maior
parte das vezes, sem reconhecimento público. Aprendem que a dor que era do
outro não precisava ser apenas dele, mas tornou-se a dor de quem ainda tem
sensibilidade e carinho pela pessoa humana...