Não dançamos a última valsa.
Ainda lembro da primeira
vez em que
Estendeste a mãozinha e
colocaste
Teus pezinhos sobre os
meus.
Bailamos pelo Mundo dos
sonhos,
Enquanto sorrias com a
confiança
De quem enxergava a vida
como
Uma longa e bela estrada
pela frente...
Foste a mais bela das
garotas
Que debutaram aos 15 anos.
Tinhas a graça de uma
mulher
Que descobre a existência
e se encanta
Com cada momento vivido,
Sem a preocupação com
ilusões e tristezas.
Bailavas como se a vida se
curvasse a teus pés
E o futuro estivesse à
tua espera.
O tempo, sempre o tempo,
fez com que,
De longe, acompanhasse a
tua história.
Encontraste um outro
companheiro para bailar.
Chegaram os filhos e
deves ter feito com eles
O que um dia fiz contigo.
Mas, num reencontro, ainda
tinhas
O olhar pleno de ternura
e de encanto.
Continuavas fazendo da
tua vida um grande baile,
Continuavas acreditando
que havia muito
Da tua história ainda por
percorrer...
Ainda tenho presente o primeiro
perfume que usaste.
Aquele em que te
apresentaste como mulher,
Com a fragrância que te
identificava,
Aquele que te fez amante
e mãe.
No nosso reencontro, já
havias mudado.
Tinhas o perfume marcante
e suave,
Com jeito de quem sabe o
seu lugar,
Superando fragilidades e
desencontros.
Mas partiste.
Não sei que música tocava
quando
Cerraste teus olhos.
Ficou o sentimento de que
Não dançamos a última
valsa...
Seria a nossa valsa de
despedida...
Quando o tempo foge do
tempo,
Onde as lembranças chegam
Estimuladas pelo ritmo da
saudade,
No compasso de quem
segue,
No rumo da Eternidade.
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