sexta-feira, 5 de agosto de 2022

O caminho para o mar...

Deixa que eu siga o meu próprio rumo.

Vou precisar contornar obstáculos,

Quem sabe não consiga compreender

O percurso do meu destino,

Posso até ter dificuldade de entender que

O meu horizonte será sempre o caminho do mar.

 

Correr sobre os seixos é murmurar uma sentida oração,

As árvores jogam seus galhos e sombras sobre meu leito

Dando o refrigério de um momento fugaz.

No final do dia, ainda não tenho descanso,

É preciso continuar sempre, sem chance de voltar atrás.

 

Deslizar mansamente sobre um leito de areia

É oferecer um lugar para que alguém descanse seus pés.

Sentado numa pedra, poderá brincar

Mergulhando as mãos, enquanto sigo meu percurso.

Não posso negar o que é um simples carinho.

Ao entardecer, numa pequena queda d'água,

Borboletas farão o encanto oferecendo

A dança que mistura corpos, cores e luzes.

 

Não tente me impedir.

Ao continuar minha jornada

Sou o teu sonho mais profundo,

Que atinas quando é madrugada;

Sou o medo transpirando por teus olhos,

Assustados pela compreensão que não chega;

Sou o sentido de tentar entender o teu presente,

Já que não aceitaste teu passado

e não vislumbras os contornos do teu futuro.

 

Sabes quem sou eu?

Sou o rio que, semelhante à vida,

Não se importa com as curvas e os obstáculos.

Como as lágrimas, que nunca deveriam ser contidas.

O sussurrar do vento...

Que enruga as águas nos momentos difíceis

Ou as torna tépidas e tranquilas

Quando chega a idade em que seguir o próprio caminho

É encontrar a direção para desaguar no oceano...

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