Vou precisar contornar obstáculos,
Quem sabe não consiga compreender
O percurso do meu destino,
Posso até ter dificuldade de entender que
O meu horizonte será sempre o caminho do mar.
Correr sobre os seixos é murmurar uma sentida oração,
As árvores jogam seus galhos e sombras sobre meu leito
Dando o refrigério de um momento fugaz.
No final do dia, ainda não tenho descanso,
É preciso continuar sempre, sem chance de voltar atrás.
Deslizar mansamente sobre um leito de areia
É oferecer um lugar para que alguém descanse seus pés.
Sentado numa pedra, poderá brincar
Mergulhando as mãos, enquanto sigo meu percurso.
Não posso negar o que é um simples carinho.
Ao entardecer, numa pequena queda d'água,
Borboletas farão o encanto oferecendo
A dança que mistura corpos, cores e luzes.
Não tente me impedir.
Ao continuar minha jornada
Sou o teu sonho mais profundo,
Que atinas quando é madrugada;
Sou o medo transpirando por teus olhos,
Assustados pela compreensão que não chega;
Sou o sentido de tentar entender o teu presente,
Já que não aceitaste teu passado
e não vislumbras os contornos do teu futuro.
Sabes quem sou eu?
Sou o rio que, semelhante à vida,
Não se importa com as curvas e os obstáculos.
Como as lágrimas, que nunca deveriam ser contidas.
O sussurrar do vento...
Que enruga as águas nos momentos difíceis
Ou as torna tépidas e tranquilas
Quando chega a idade em que seguir o próprio caminho
É encontrar a direção para desaguar no oceano...
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