Quando se discutem os instrumentos de informática, alerto para o fato de que, pelo século XIV, quando os primeiros cristãos chegavam aos templos carregando a Bíblia em formato de livro, idosos que traziam papiros e pergaminhos reprovavam as novas tecnologias de então. O bispo de Rio Grande destacou a importância das transmissões ao vivo para serviços essenciais. O líder espírita ressaltou a necessidade de ver que o problema é a criatura humana que precisa se reformatar. E a monja budista: “a pandemia antecipou a tecnologia, precisamos aprender e nos adaptar”.
Ouço de muita gente que o maior medo com o tempo passado em casa era com o que fazer. Depois de um ano de idas e vindas, uma parte garante que vê os dias escorrendo de forma acelerada e não se confirmou o fato de que fosse muito lento, quase em agonia. Divaldo Franco, com seus 93 anos, deixou uma agenda de viagens e passou a ser ocupado com transmissões ao vivo. Pontuou: “não sei quem está correndo atrás de quem - se sou eu buscando o tempo, ou o tempo me procurando”.
Conhecida por suas reflexões, programas de televisão e retiros, a monja Coen marca presença através das redes sociais, garantindo que as novas tecnologias são vantajosas e benéficas. Quando viu o chimarrão nas mãos do repórter brincou e lembrou do quero-quero, que se expõe para proteger a família e suas casas. Com o significado de “querência” - o lugar do querer bem – recordou aos gaúchos que a pandemia tem que rever hábitos de higiene e preservação já bem esquecidos…
Dom Ricardo é conhecido por sua presença em eventos estaduais e nacionais que tratam da família, em especial o setor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, para o qual é referência. Seu exemplo é a demonstração de que a internet é um dos instrumentos que ajudam em tempos de crise. A presença de líderes religiosos é a motivação necessária para encorajar, até, idosos e grupos de riscos a se manterem em casa, sem perder o contato com o seu meio social e religioso.
Religião, ajuda ou atrapalha? Quem atrapalha, dificilmente é a religião: são “religiosos”, homens e mulheres que não compreenderam o sentido da fé e fazem “barganhas” com Deus ou se transformam em porteiros dos Céus... O sentido da fé está em viver, na “querência”, a passagem para outros “pagos” - cidadãos de uma terra que ficará com as cicatrizes da pandemia, sem perder a confiança de que é exatamente a fé que não deixa ofuscar a perspectiva da Eternidade.
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