sábado, 20 de março de 2021

As tintas da saudade

 A lua tremula por sobre as águas.

Dança embalada pelo trilar dos grilos.

Apenas as estrelas e a imensidão do espaço fazem moldura para que o olhar não se perca.

 

A brisa que move a superfície enquadra a sua imagem, sem retirar o seu brilho.

Realça o encanto de quem se queda absorvendo a finitude de um momento passageiro...

 

O Outono que se aproxima derrama as folhas que se desprendem das árvores.

Salpicam pontos dourados na imagem que a tela não reproduz...

Não há pincéis, não há tintas, apenas a lua solitária, que marca o seu destino.

Seu silêncio se perde na brisa, nos grilos que adormecem

e nos primeiros raios de sol, que tingem de saudade

o breu que prenuncia as cores do amanhecer...


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