segunda-feira, 1 de outubro de 2012

"Sob o sol de Toscana"

Havia lido o livro e, ontem, vi o filme. Sempre acho que o primeiro supera o segundo. Não foi o caso, achei ambos muito bons: o livre realça o aprendizado, a gastronomia e as descrições alongadas; o filme fica com o lado afetivo-emocional e com o deslumbrante mundo de um pequeno lugarejo na Itália.
"O que é uma casa senão o espaço entre quatro paredes?" Esta frase é dita depois que ela recuperou a casa de mais de 300 anos, em aventuras que compartilha com uma amiga, um amante italiano e operários da construção.
Quando consegue fazer com que um amigo retire a amiga bêbada que faz uma performance numa fonte, lembrando um clássico do cinema, vem uma pérola: "não importa o que aconteça, guarde sempre a sua inocência". Que não está somente na questão sexual, mas passa pela liberdade de pensar e, em alguns casos, sair da realidade para cair no sonho ou na loucura.
No finalzinho do filme, falando de um dos personagens: "mas ele sempre tem uma surpresa". Não há como "enquadrá-lo", mas esperar, sempre, que surpreenda e te tire da monotonia e da rotina.
Bebi cada cena, com as surpresas que o elemento humano oferecia; com as coxilhas que faziam o olhar se estender ao infinito, ou apenas ao velhinho que vinha todos os dias rezar diante de uma Madona, sem dar bola para a personagem central, até que, depois de algum tempo, já fazendo parte da rotina a troca de olhares, reverentemente, o velhinho volta-se para ela e toca com um dedo a ponta do chapéu!

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