O fato de já ter escrito diversos artigos a respeito de aposentadoria e envelhecimento tem me granjeado convites para conversar a respeito de espiritualidade e de vivências para esta etapa da vida. Agora, que expectativa de vida aumentou, assim como a sua qualidade, tento colocar em pauta a questão da política, visto que é nela que se faz o convívio dos diferentes e se administra a vida de todos os cidadãos.
Embora, em princípio, todos torçam o nariz para falar a respeito, os preconceitos vão sendo superados quando as pessoas se dão conta de que se não agirem nesta área. Deixarão para outros a definição de seus próprios destinos, sendo eles encaminhados do jeito que é feito até agora, passando – no caso dos aposentados – a se contentar, em muitos casos, com as misérias que caem das mesas dos “senhores” da política.
O primeiro passo é assumir uma visão crítica das relações políticas, participando ativamente dos processos eleitorais, acompanhando candidatos - eleitos ou não - buscando repercutir aquelas mobilizações que visam dignificar o setor público, assim como a busca pela transparência dos gastos públicos.
O segundo passo é não ter receito das organizações sociais se envolverem com a política, sem que se envolva com a política partidária. Então, Igrejas, Sindicatos e outros organismos sociais têm, sim, que orientar seus quadros, especialmente quando se prepara uma campanha eleitoral, mas, também, quando está em jogo algum dos nossos valores, como foi o caso recente do “ficha limpa”.
Como falo para aposentados, quando se questiona a respeito de prejuízos causados pelos diversos planos governamentais e ação de nossos mandatários, todos têm alguma coisa a reclamar. Então, é hora de mostrar que esta categoria tem uma capacidade de mobilização que nem uma outra tem: tempo disponível, recursos mínimos necessários e uma formação que lhes permite discutir e argumentar. Um aposentado bem preparado é uma arma perigosa, pois pode ser um formador de opinião na família, na vizinhança, entre os amigos, disponível para encontrar candidatos dispostos a assumir suas causas.
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