Reportagem de televisão apresentou um fisioterapeuta trabalhando com crianças deficientes. Passando o tempo, sentiu necessidade de trabalhar o imaginário dos pequeninos, mas encontrava dificuldade nas histórias contadas para os "normais", pois os personagens também eram "normais", fora do mundo infantil no qual viviam.
Então, teve a ideia: os personagens poderiam ser adaptados e aparecerem em situações do dia a dia das crianças, com os mesmos problemas que enfrentavam e as mesmas sequelas!
Levou para seus livros personagens com os mesmos problemas: pernas amputadas, deficiências de locomoção, visão, audição etc. A mudança entre as crianças foi muito grande e se deu conta de que atraia também as crianças "normais".
Para as deficientes, viu seus mundos se encherem de alegria e conseguiam uma empatia maior com personagens que viviam, enfrentavam e conviviam com seus problemas do dia a dia.
Para as "normais", passavam a conviver com pessoas "diferentes", mas que não precisavam ser excluídas e, sim, aceitas, e tratadas dentro de suas deficiências com amor e respeito.
Conseguiu resgatar para o convívio social aqueles a quem a vida deu mais dificuldade e criar uma consciência de inclusão social naqueles a quem a vida abençoou fisicamente. Deixou a lição de que nossas diferenças desaparecem quando colocamos no horizonte que o mais importante é sermos pessoas, com nossos problemas e sonhos, lágrimas e o riso límpido de uma criança que vê o esforço para lhe sedimentar um presente, mas também alcançar um futuro: Chapeuzinho Vermelho, com uma muleta, passou por aqui!
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