O governo federal – diga-se presidente Dilma – se comprometeu com o Congresso Nacional – leia-se presidente da Câmara dos Deputados, o gaúcho Marco Maia – de que, passada as eleições, fecharia a negociação a respeito do fator previdenciário, que reduz o valor dos salários de aposentados, se estes buscarem o benefício antes dos 60 anos, para mulheres, e 65, para homens.
Não contava, no entanto, que, exatamente agora, as ações começassem a desaguar no Supremo Tribunal Federal e que os juízes declarassem a medida inconstitucional, tendo que a Previdência refazer os cálculos e indenizar aqueles que foram prejudicados. As reclamações começaram no eixo Rio-São Paulo, onde já são quase um milhão e trezentas mil ações, ameaçando espalhar-se por todo o país.
Já falei a respeito desta questão em artigos anteriores, reclamando deste “ajuste” feito no governo Fernando Henrique Cardoso, que teve o amém do presidente Lula. Em muitos casos, aqueles que ultrapassaram os 35 anos de serviço (período mínimo exigido para aposentadoria para o homem, assim como 30 anos para a mulher) cumpriram com aquilo que lhes era exigido mas... às portas da aposentadoria, viram mudar as regras do jogo, com o jogo em pleno andamento!
Uma brincadeira inconseqüente dos governos Tucano e Petista que viam neste arranjo um jeito de sanar as contas da Previdência, cobrando daqueles que sempre foram pontuais em recolher suas contribuições, mas incapazes de azeitar a máquina tributária para buscar os recursos que escorregam pelas valas da corrupção, no próprio órgão.
Hoje, vemos “mensalões” sendo julgados (da esquerda, centro e direita), fazendo com que se olhe de forma diferente para o Judiciário. Depois que este poder declarou a validade do “ficha limpa” para esta eleição, a esperança de que não sejamos mais apenas “um país do futuro”, mas sim a construção de uma realidade renovada, hoje, não parece longe. Mais ainda, se o Executivo for obrigado a reconhecer que aqueles que se recolhem da ativa estão aposentados, mas não estão, de fato, mortos.
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