Minha rua guarda ecos de tempos perdidos.
Passaram-se os anos e testemunhei
Muitas partidas e outras tantas despedidas.
Poucos ficaram, muitos não voltaram.
No entanto, mesmo com tudo mudado,
Ali se definiram rumos,
Percursos com marcas nas lembranças.
Vivências fixadas nos meandros das memórias,
Voltando para não esquecer do passado.
Nas pedras e no asfalto,
Que substituíram a terra e as valas,
Há um resquício de risos, crianças brincando,
Gemidos de idosos,
O olhar esperançoso de jovens e adultos…
Para um passante desavisado,
Parece apenas um corredor de carros ou de
Pessoas refugiando-se em seus pequenos mundos,
Transitando na ida ou na volta do trabalho.
Os lugares que eram esconderijos e
Campinhos de futebol ou de taco
Foram ocupados por condomínios.
Os novos moradores já não têm
As mesmas memórias.
Tristemente, perderam suas referências.
Os “estrangeiros” da minha rua
Veem na vila apenas um dormitório,
Não é local marcante nas suas histórias,
Onde se abrigam raízes.
Homens e mulheres que
Fazem das casas um refúgio da solidão,
O existir com pouco ou nenhum sentido…
Quem passa pela vila,
Talvez o faça com indiferença.
Não compartilhou momentos
Com quem conviveu e luta para não esquecer.
O que dá sentido à minha rua é que,
Mesmo comparada com muitas outras,
Sua diferença está em ser nela que
Turbinamos as mentes e os corações.
O tempo para enfrentar lugares e destinos diversos,
Onde apenas os sonhos conseguiram encantar
O que ansiávamos que se tornasse realidade…
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