Os meios de comunicação tem apresentado a disputa entre Elon Musk (o homem mais rico do mundo e executivo da Tesla e da SpaceX) e o ministro Alexandre de Moraes (do Supremo Tribunal Federal) como a culminância de uma série de atritos pessoais. Não é verdade. Musk representa um grupo de conglomerados que compra empresas, visando turbinar e depois revender. Não “prega prego sem estopa”. Sabe que, em seguida, terá multiplicado seu lucro. É o caso da rede social X (antigo Twitter), foco da questão.
Já o ministro Moraes é o relator, no STF, dos inquéritos das fake news, milícias digitais e dos atos golpistas de 8 de janeiro. As investigações resultaram no bloqueio de uma série de perfis em redes sociais de pessoas acusadas por atentar contra a democracia e atacar o processo eleitoral brasileiro. Motivo de o acusarem de censura e cerceamento da liberdade de expressão pelos canais da internet. O Supremo é a casa que deveria resguardar e fazer cumprir a Constituição Brasileira. Paradoxalmente, em especial, do mundo do direito…
Eis uma boa discussão. Necessária e oportuna, embora, como sempre, no Brasil, a polarização nos coloque em atraso com relação a outros países. A liberdade de se expressar não pode ser confundida com permissividade e desrespeito às leis e agir contra o ordenamento democrático. A omissão do Congresso e a leseira do executivo permitem a sanha de interesses sectários e investidores internacionais, transformando o Brasil numa terra sem lei ou, no dizer do ministro, “uma terra de ninguém”.
Não morro de amores pelo sistema judiciário, especialmente sua mais alta corte. É a demonstração de como grupos se encastelaram no sistema, tornando-o refém de seus interesses. Como agora, quando se pretende o “direito da mais ampla defesa” para quem debocha da Constituição Brasileira. O magnata diz ter um dossiê contra o magistrado, demonstrando a pequenez da discussão: se há provas, deixar de as revelar também não é crime? Para o bem da democracia, tudo deve ser público até que, como na fábula, o rei fique nu…
Musk não é nenhum Zorro, defensor dos pobres e oprimidos. Nem são aventuras quixotescas. Ao contrário, o que foi passatempo nas redes sociais, hoje, é assunto sério, com vieses escabrosos. Em especial, no uso dos algoritmos que possibilita à rede X conhecer gostos, preferências e disseminar conflitos, de olho nas visualizações e aumento de seus lucros. Uma luta sem inocentes. Perdão, inocentes somos nós ao vermos apenas o que nos mostram e fazer uma “grenalização” até de uma coisa séria que deveria ser a política…
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