Garanto que muitos de vocês têm alguma boa lembrança das comemorações do “7 de Setembro”, com os desfiles militares e a Parada da Juventude. Independente das narrativas que partidarizaram o evento, era o momento em que as pessoas mais simples se emocionavam (e ainda se emocionam) vendo esposa, marido, namorado, namorada, filho, filha, amigo, desfilarem pelas principais ruas e avenidas da cidade. Isto se chamava (e se chama) de civismo. Uma autêntica festa da democracia. O momento de celebrar a pátria.
A Parada da Juventude levava crianças em idade colegial às ruas em seus uniformes, bicicletas enfeitadas e bandeiras escolares. O orgulho do dia em que a cidade se esmerava para acolher seus jovens na avenida Bento Gonçalves, em que bancas de lanches e bebidas eram espaços à parte. Onde havia grupos de jovens fazendo um pé de meia para investir em atividades sociais e passeios. Nas beiras das calçadas, pessoas de todas as idades carregavam suas cadeiras e bandeiras e crianças de colo se identificavam com as cores nacionais.
De algum tempo para cá, grupos sociais encerravam as atividades cívico-militares apresentando seus problemas e reivindicações, inclusive com a motivação das igrejas cristãs. Pacíficos, ordeiros, com foco no que interessava à população. Diferente do que, hoje, se transformou num fiasco da polarização em Brasília e em São Paulo. Em ambos, a manipulação de um marketing duvidoso a serviço de uma direita e de uma esquerda fundamentalistas, mostrou-se pífio em arregimentar incautos numa campanha eleitoral disfarçada.
Sou saudosista, sim. Por favor, não venham com a velha cantilena de que “desfiles militares” são coisas do tempo da ditadura. Ela utilizou destes eventos para se fortalecer, mas sua essência nunca esteve longe da população que gostaria de ver nos jovens que prestam serviço militar, nas forças armadas e nos serviços de policiamento uma bengala que arrima a segurança do cidadão brasileiro. Exatamente num “país” que se chama Brasil e é o motivo de não se desistir da esperança de um dia viver a plenitude democrática.
Hoje existe uma maioria silenciosa da população brasileira que não é direitista e sequer esquerdista. Sabe que ambas têm praticamente as mesmas culpas em cartório. Gostaria que, se não ajudassem, também não atrapalhassem a reverência à pátria de todos nós. O lugar para se construir uma nação, que os políticos de praticamente todos os partidos boicotam. Já que uma população educada seria uma população consciente socialmente, percebendo seus desmandos e podendo colocá-los na mira das próximas eleições…
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