Parecia delicada como a flor da cerejeira,
Encantadora como o rebento do pessegueiro…
Um curto espaço de tempo entre desabrochar e fenecer,
Contemplando, sofregamente,
As poucas vezes em que veem o nascer do sol.
Ao surgirem, brilham os olhos
E suspira a imaginação.
Quando as pétalas deslizam no ar,
Trilhando os rumos da terra,
Esperam por enamorados
Que interrompam seu destino,
Na crença de que cada uma delas
É garantia de permanência
Ao lado do primeiro amor.
Dolentemente, despertam sua forma,
Sublimando a beleza e o carinho.
Deixam mensagens de
Felicidade e esperança.
No pouco tempo de vida, desfrutam
Das gotas de orvalho que mantém o seu viço.
Fica o encanto que habita em teus olhos,
No desejo de que
Ninguém barre teus sonhos.
Contemplam os céus
Na espera por aves migratórias,
Testemunhas de cada uma das suas conquistas,
Desde o dormitar da semente no seio da terra,
Até fenecer nas mãos dos amantes
Ou atapetando ruas e prados.
Engravidar a terra é a espera por renascer,
No desejo, nem que seja, de
Viver apenas uma primavera.
A vida florescendo no silêncio:
Germina quando surgem
Os primeiros raios de luz na manhã,
Aguarda pelo tempo de romper o solo,
Desabrocha, plana nos céus e, finalmente,
Aconchega-se ao ventre da mãe Natureza…
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