O uso de antibióticos, com uma de suas subclasses mais conhecidas que é a penicilina, foi responsável por aumentar a imunização da população. Desde a sua origem, é visível a qualificação do atendimento. Somou-se o uso de vacinas, especialmente em campanhas contra a gripe, o sarampo e tantas outras. Tendo, no Brasil, se criado uma cultura que precisa ser preservada, especialmente no que se refere às crianças, que permitiu controlar males como poliomielite, sarampo, rubéola, difteria, e a varíola, a única doença erradicada no Mundo graças à sua ação.
Semana passada, uma amiga acompanhou a filha em tratamento, que precisou de internação. Em grupo de risco, circulou por diversos ambientes onde havia a possibilidade de contaminação. Mesmo com todas as medidas de proteção que tomou para o seu reguardo, não deu outra: foi infectada, embora de forma leve, e precisou ficar confinada. Resultado: foi preciso apelar para outras pessoas a fim de que a primeira paciente fosse cuidada. Minha amiga estava voltando às atividades sociais, especialmente seu grupo de canto. Não pode fazer nem uma coisa, nem outra…
No fim de semana, fui trabalhar com lideranças da Igreja Católica em Cruz Alta. Programei para, na passagem por Santa Maria, almoçar com a irmã Bernardete, Franciscana. Na véspera, recebi o aviso: a casa das religiosas estava isolada. Um surto se abateu sobre o grupo de idosas que ali reside. O trânsito, especialmente de cuidadores, que atuam em outros lugares, além de expostos na rua, colocou em risco uma comunidade inteira. Trazendo de volta as velhas preocupações com as vidas daqueles idosos que, embora vacinados, sabem que não deveriam correr riscos.
Mais de dois anos com a pandemia cansa a população e abre espaço para que os negacionistas avancem nas suas pregações. Este é um dos motivos pelos quais a vacinação contra a gripe e o sarampo, hoje, patina em números inferiores aos demais anos. Quem dá ouvidos àqueles que são contra está dando um tiro no próprio pé, colocando a sua saúde – e a sua vida – em risco. Já existe orientação para que as pessoas com mais de 60 anos tomem a quarta dose da vacina contra o covid. E os do contra dizem: “viu, não funciona”. Funcionou, sim. A memória do brasileiro é que é curta.
Fico triste quando vejo idosos mal (des)orientados por conhecidos ou familiares. A educação para a saúde passa por prevenção e o acompanhamento emocional de quem está em grupo de risco. Já chegamos até aqui, não é hora de desistir. Ao contrário, fazemos história. Vivemos um momento em que há muitos agentes da saúde e da pesquisa trabalhando silenciosamente. Se contrapõem àqueles que apenas fazem o discurso inútil da bravata. Nas mãos dos médicos e dos pesquisadores está a chama da esperança, que faz a grande diferença na preservação e a qualificação da vida.
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