a gente volta o olha para o passado.
Enevoada pelo tempo, aparece
a parede do canto da casa
onde ficavam os brinquedos...
Ainda se pode enxergar
a bola que se chutou depois do jogo
ou a bicicleta que levou para tantas aventuras.
Foi o início das muitas andanças.
Depois, foram trilhas por terras distantes,
conhecendo pessoas, aprendendo,
experimentando o que me amadureceu,
enriqueceu o conhecimento,
e tornou mais tolerante e compreensivo.
Quantas vezes as lembranças me fizeram sorrir,
sozinho, com o olhar perdido...
Retornava aos brinquedos, às traquinagens,
aos bailinhos, aos pátios das escolas, às turmas de amigos,
aos “sofrimentos” dos primeiros amores.
Mas o tempo é inclemente,
ele teima em continuar passando…
Hoje, já não tenho mais medo.
O que me provoca, pela própria incompletude,
é o tempo de recolher as bagagens,
juntar o pouco da vida que vale a pena
e começar o caminho da volta.
Não importa por onde andei.
Um dia o coração encontra a bússola
que aponta para onde tudo começou.
Voltar é reencontrar origens,
lugares que não desgrudaram das lembranças,
pessoas que, nas memórias, despertam uma lágrima sentida.
Saudade não é a dor que castiga.
Saudade é o rumo que a alma toma
quando novos caminhos parecem não ter mais sentido.
Saudade é quando o tempo assopra ao ouvido
que, em algum lugar do passado,
está o laço necessário para fechar um grande percurso -
nascer, morar em um corpo e fenecer -
o grande ciclo que dá sentido à própria vida!
Nenhum comentário:
Postar um comentário