Um anjo para se chamar de mãe!
Um raio de sol entrou pela fresta da janela.
Foi se acomodar no cantinho da poltrona
que sempre acariciava.
Eram seus momentos de silêncio.
O tempo havia passado e, ao perder o olhar nas distâncias,
que ainda não conseguíamos enxergar,
antevia uma centelha do Infinito.
Na vida ou na ausência, mãe é sinal de bondade,
dos sentimentos mais puros que energizam o Universo.
E quando se dá a partida, se garimpam saudades e
emerge a certeza de que já não estava mais lá.
Cumpriu o seu tempo:
havíamos recebido a bênção de uma vida inteira
acarinhada por um facho de luz.
Ficou, para sempre, uma marca de Eternidade.
Quando se desprenderam os laços humanos,
iniciou a derradeira viagem e só restava a gratidão.
Teu olhar de despedida abria mão das palavras,
estava pleno de saberes e significados.
Antes de pensar na morte, pensei na vida.
Voltei ao tempo em que supliquei a Deus que alguém cuidasse de mim...
Ele sorriu e garantiu que haveria um anjo a iluminar meus caminhos.
Procurei em muitas formas etéreas
o que se fez presente por uma vida inteira
num sorriso e num carinho.
Ao fechar os olhos, havia a certeza da missão cumprida.
A terra passava a ter um gostinho de Céu.
A longa jornada da vida não precisa ser penosa,
pode ser doce e encantadora como o olhar de mãe…
Que, ao gerar e agraciar com sua presença,
mostra que o rumo do Infinito só tem sentido,
se passar pelos braços e abraços de um ser
que é mulher, anjo e bênção do Criador!
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