Ao simples jejum, o papa Francisco propôs 15 ações do dia a dia que qualquer um pode viver: “cumprimente sempre e em todo lugar; dê graças (mesmo que não acredite que deva ou deseje fazê-lo); lembre aos demais o quanto você os ama; cumprimente com alegria as pessoas que você vê todos os dias; ouve o que o outro tem a dizer, sem prejulgamentos, com amor; pare para ajudar; esteja atento a quem precisa de você; anime alguém; comemore as qualidades e os êxitos do outro; separe o que não usa e doe a quem necessita; ajude quando necessário para que o outro descanse.”
Mas tem ainda mais: “corrige com amor, não cale por medo; tenha boas relações com quem está perto; limpe o que usa em casa; ajude outros a superar obstáculos; telefone para seus pais, se ainda tiver a felicidade de tê-los.” Já seriam indicativos suficientes para, ao menos, pensar. Não diz respeito somente aos cristãos de todas as denominações, mas de como humanizar um tempo em que se valoriza a individualidade sobre a capacidade de sermos solidários/cuidadores, não de forma distante e teórica, mas com quem está ao lado, no apagamento de um pretenso olhar social...
Como se não bastasse, acrescenta: “jejue de palavras ofensivas e transmita palavras gentis; jejue de descontentamentos e se encha de gratidão; jejue da ira e encha-se de mansidão e paciência; jejue do pessimismo e se encha de esperança e otimismo; jejue de preocupações e se encha de confiança em Deus; jejue de queixas e se encha das coisas simples da vida; jejue das pressões e se encha de oração; jejue das tristezas e amarguras e encha de alegria o coração; jejue do egoísmo e se encha de compaixão pelos demais, tenha atitudes de reconciliação, de silêncio e escuta ao outro”.
Muito do que se aprende em sociedade leva a atitudes “umbigocêntricas”. Mesmo quem pensa em jejuar o faz porque tem alguma necessidade de saúde ou de estética. Em alguns casos, dependentes do álcool, do cigarro, chocolate... acabam por fazer um tipo de regime. A professora Tininha falou a respeito na live Partilhando, dizendo que para ter significado é necessário consciência de que é uma atitude religiosa e social e, aquilo que se economiza, deve resultar em algum “investimento” em atividade que demonstre o sentido da solidariedade de quem se abstêm com o necessitado.
Francisco é referência para cristãos do nosso tempo. Transforma-se, também, em “guru” espiritual de homens e mulheres de boa vontade que desejam, para além do seu credo religioso, fazer jejum do seu próprio egoísmo. Não há nada contra quem se sinta em condições manter a tradição da abstinência, especialmente da carne. Mas, novos tempos pedem novas posturas e os conselhos vão neste rumo: é preciso uma revolução de costumes, com a revitalização de uma simples palavra, desgastada e judiada, que ressurge em meio a conflitos e angústias: a prática e a vivência do amor!
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