Já andei como andas, correndo atrás de projetos;
buscando as satisfações do dia a dia;
com inúmeras preocupações a resolver.
Deixa que eu pare quando julgar necessário…
Não é mais o teu tempo, em que a pressa
te faz querer chegar a lugares que não queres;
fazer coisas que não te agradam;
iludir-te que estás mudando de vida.
Deixa que eu pare diante do espelho…
Meu sorriso é sulcado pelas marcas do meu tempo,
que garantem o direito ao silêncio.
Deixei vaidades, diminuíram anseios,
já não preciso de muito
e encontrei valor naquilo que ainda me resta.
Deixa que eu ande devagar…
Já não tenho pressa, transformei o passar
das horas em cúmplices: eu não corro, nem elas me
iludem com janelas para futuros que somente
foram realidades na minha imaginação.
Deixa que eu dormite encostado na poltrona…
É quando revejo o passado, acomodo-me ao presente
e sinto que o futuro ainda se esconde em devaneios.
Sou apenas um velho senhorzinho que não desiste da vida,
amparado pelas batidas dos corações daqueles
que me envolvem com o seu carinho.
Sem pressa, talvez tenha demorado,
mas o olhar que me abraça
ensinou, afinal, que amar – e ser amado - é a música
que faz a vida valer a pena!
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