quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

As vacinas estão chegando...

Os dias que se seguem ao segundo turno das eleições serão fundamentais para assumir (ou perder) o controle do coronavírus. Os atuais administradores, reeleitos ou não, terão que tomar medidas fortes para estancar o que o ministro Pazuello chamou de "repique", já que o período eleitoral aliviou medidas impopulares que, agora, até pensando na economia, serão retomadas. Sendo melhor que se restrinja a circulação nas primeiras semanadas de dezembro do que, depois, junto às festas de final de ano.

O simples fato de se ter no horizonte a possibilidade de uma vacina causou um alívio geral: parte da população sentiu-se vacinada virtualmente, achando que apenas a possibilidade já causaria o efeito da proteção. Errado. E vai-se pagar caro por este erro, já sabendo que os mais jovens estão se contaminando e os municípios lutam para ampliar o número de leitos especializados. Quem prega a necessidade de sair do estresse está piorando a situação para administradores e profissionais da saúde.

De fato, estamos perto de ter uma solução pela vacina. Mas cuidado: ela deve começar a ser distribuída no início do ano para profissionais da saúde e grupos de risco, em especial quem se encontra em casas geriátricas. Posso estar enganado, mas não creio que antes de março, abril, inicie a vacinação em massa. Olhando o calendário: quando inicia o outono, a chegada do frio e a possibilidade - agora batendo na madeira - de que efetivamente a segunda onda do coronavírus aporte no Brasil.

Por outro lado, existem lições a serem aprendidas, no que se refere aos hábitos de higiene: lavar as mãos adequada e repetidas vezes, o álcool gel, máscaras em contatos públicos e evitar aglomerações... A vacina dará um alívio, num primeiro momento, mas não vai acabar com o vírus e a sua propagação. A recomendação para idosos, grupos de risco e quem pode ficar em casa é que faça exatamente isto: restrinja a sua circulação, como um hábito de proteção pessoal e daqueles com os quais convive.

No início do mês de novembro, a Organização Mundial da Saúde teve, num dia, o maior registro de infectados pela pandemia. Já mirando a vacina, pode-se sentir um alívio diante da perspectiva. Mas não descuidar. Quase um milhão e meio de mortos no mundo e mais de 170 mil no Brasil. São números que não podem ser desprezados e pensar que o problema é dos outros. A segunda onda já bate no hemisfério norte e, com a imunização, chega amenizada, mas, é certo, ainda vai causar estragos...

As vacinas estão chegando... num dos primeiros textos sobre a pandemia acreditei que, ao final, estaríamos mais sofridos, maduros e sedentos de carinho. Necessitando respostas para a própria fé, sentimento de que vazios existenciais dão lugar a algo que não é apenas o corpo que um vírus consome causando sofrimento... mas um espírito teimando em não desistir da própria esperança... e, ainda, buscando sobreviver!

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