O fato: o futuro político da presidente Dilma será decidido esta semana pelo Senado Federal. A dúvida: e daí? a partir deste evento que se transformou num grande espetáculo midiático, o que muda no cenário político nacional? No que é que evoluímos nesta que é uma das cenas mais constrangedoras que levou senadores a reconhecerem que a casa não tem moral para se posicionar e que as diversas articulações e pronunciamento transformaram o senado em um "hospício"?
Há muitos ângulos para se discutir, desde o que representa para as eleições de 2 de outubro, até o estrago que faz na já combalida imagem internacional, prejudicial em negócios, tratativas de intercâmbio e respeitabilidade.
O que chama a atenção é bem simples: quando custa este "circo", envolvendo gastos do três poderes, com suas estruturas, o que ganham os atores que deixam de atender o cotidiano para se dedicarem a ações que propiciam diárias, transporte, contas pagas em hotéis e restaurantes, gastos com sua engrenagem?
Engraçado é que todos os que dizem que "este é o custo da democracia" de alguma forma vivem dela! Os participantes das esferas pública defendem com unhas e dentes a sua necessidade e seus gastos. Infelizmente, comprovam que os meandros, cada vez mais, funcionam menos, porque se transformaram numa máquina que se auto consome.
Tudo o que vimos nos últimos dias tem um custo. E alto. Pagamos salários do Executivo, de senadores, Poder Judiciário e uma sequência de funcionários bem remunerados à disposição de um processo que não vai mudar em nada a vida do cidadão brasileiro comum.
De todas as campanhas que tenho visto nos últimos tempos, uma merece atenção: diminuir a máquina pública, iniciando pelo Congresso Nacional (menos um terço de senadores e deputados), incluindo a diminuição de seus salários e o custeio das estruturas que lhes dão apoio.
Quando nos preparamos para eleger prefeitos e vereadores é tempo de - como eleitores, portanto responsáveis pelos que aí estão - fazer um exame de consciência. Incluindo escolher homens e mulheres amadurecidos que dêem respostas adequadas a este momento de instabilidade do Brasil, refazendo os passos da política partidária.
Ulysses Guimarães tinha razão: “o poder não corrompe o homem; é o homem que corrompe o poder. O homem é o grande poluidor, da natureza, do próprio homem, do poder. Se o poder fosse corruptor, seria maldito e proscrito, o que acarretaria a anarquia.”
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