A Igreja Católica volta, este ano, ao tema da ecologia, na sua já tradicional Campanha da Fraternidade. Aproveita o tema "Fraternidade e a vida no Planeta", motivada pelo slogan "A criação geme em dores de parto", em tempo de Quaresma (entre a Quarta-Feira de Cinzas e a Páscoa). O cartaz é muito forte, mas não sei se eficaz. Por experiência em outras campanhas - trânsito, consumo de drogas, por exemplo - estampar imagens chocantes não costuma produzir os efeitos esperados naquelas populações que não estão conscientes ou envolvidas diretamente com os problemas.
Mas é uma realidade em todos os níveis: as mudanças climáticas (acirramento do efeito estufa, por exemplo) como resultado da mão do homem sobre a Natureza, que soterrou córregos, banhados, sangas e valetas, impedindo que as águas tomassem seu curso natural, consequentemente, fazendo os estrados que estamos vendo. Ou mesmo pela falta da água em algumas regiões, historicamente sofrendo este mesmo problema, mas sem que um planejamento sério de médio e longo prazo resolva.
As soluções também não são de curto prazo. Mas é preciso começar, especialmente pelas crianças. É alentador observar escolas que fazem a coleta seletiva do lixo e pedem ajuda aos pais para que a teoria aprendida vire, na prática, uma realidade. O princípio continua sendo o mesmo: as crianças precisam de referências – pais, professores, lideranças religiosas – para incorporarem valores, como a preservação da vida, onde se inclui a ecologia.
As igrejas cristãs poderiam entrar de corpo e alma: excelente mostrar a teoria - nos púlpitos ou nos altares - do que está acontecendo com o nosso velho e já tão cansado Mundo. Mas mutirões de limpeza em bairros e vilas e mesmo orientação para seleção do lixo, capitaneados por nossas lideranças maiores - bispos, padres, pastores - mostraria que todos estão dispostos a por a mão na massa. Afinal, dizem que a pregação bem feita até comove, mas os exemplos, os bons exemplos, estes mais do que comover, arrastam.
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